Miliciano foi morto durante ação do Bope em sítio na Bahia
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Miliciano foi morto durante ação do Bope em sítio na Bahia

A Polícia Civil da Bahia aguarda a entrega de três laudos referentes à morte do ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega que estão sendo produzidos pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) do estado. Os documentos serão entregues ao Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), que está investigando a morte do miliciano.

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Ainda estão sendo produzidos os laudos de confronto balístico, o de local de crime e o referente ao escudo usado pelos policiais do Bope durante confronto com Adriano. Ainda não há previsão para que os documentos sejam encaminhados à Draco. Nessa quarta-feira, o DPT enviou para a delegacia o laudo de necrópsia feito no corpo do miliciano .

Pelo laudo de confronto balístico será possível, por exemplo, determinar de que arma foi feito ao menos um dos disparos que atingiram Adriano . Um dos dois projéteis que atingiram o miliciano ficou em seu corpo, possibilitado uma análise para saber de que arma o mesmo saiu. Os armamentos usados pelos policiais militares do Bope da Bahia que participaram da ação estão sendo periciados.

No laudo de local de crime , os peritos fazem uma análise de todos os elementos encontrados onde ocorreu o episódio, indicando áreas nas quais foram achadas marcas de disparos de arma de fogo, por exemplo, e possíveis trajetórias dos tiros.

Já a análise do escudo dos policiais do Bope servirá para atestar se danos encontrados no objeto foram causados por disparos de arma de fogo. Em seu depoimento, os PMs relataram que o escudo evitou que dois disparos de arma de fogo feitos por Adriano os atingissem. Eles alegaram que só atiraram após o miliciano ter feito so disparos contra eles.

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"Olhando preliminarmente enxergamos duas marcas provenientes de impactos relevantes. As equipes agora analisarão se existem fragmentos de chumbo ou cobre, presentes em projéteis", explicou o diretor do DPT, Élson Jeffesson.

Nessa quarta-feira, foi entregue à Draco o laudo de necrópsia feito no corpo de Adrino. O exame atestou que o ex-capitão do Bope foi atingido por dois tiros na operação policial em Espalanada, na Bahia, na qual acabou morto. De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, um dos disparos entrou na região entre o pescoço e a clávicula, e o outro, no peito. Um dos projéteis atravessou o corpo de Adriano e o outro, ficou alojado. O exame foi feito pelo Instituto Médico Legal do município de Alagoinha. O laudo aponta ainda que a causa da morte de Adriano foi “anemia aguda secundário à politraumatismo por instrumento de ação pérfuro-contundente”.

Cremação proibida

O corpo de Adriano chegou ao Rio de Janeiro no fim da noite de terça-feira. Os familiares do miliciano planejavam cremá-lo nessa quarta, mas o pedido feito à Justiça foi negado. Em sua decisão no Plantão Judiciário, a juíza Maria Isabel Pieranti negou a solicitação por entender que a mesma não se adequava á legislação. Além disso, a magistrada constatou a falta de alguns documentos à solicitação, como Guia de Remoção de Cadáver e Registro de Ocorrência, além de ter ressaltado que a cremação de Adriano poderia inviabilizar possiveis “providências” a serem tomadas pela autoridade policial com o intuito de melhor esclarecer a sua morte.

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Já na tarde de quarta-feira, o juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal do Rio, deu uma nova decisão proibindo a cremação no processo referente à Operação Intocáveis, desencadeada pelo Ministério Público estadual do Rio em janeiro do ano passado, e na qual Adriano era alvo. O pedido foi peito pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ). “A toda evidência, em se tratando de óbito não advindo de causas naturais, mas decorrente de disparo de arma de fogo, a cremação só poderá ocorrer após a realização de todas as diligências e confecção de todos os laudos periciais necessários para elucidação de tais circunstâncias”, afirma o MP no documento enviado à Justiça.

O juiz Gustavo Kalil determinou que a cremação do miliciano seja suspensa até que seja encaminhada para o Rio toda a documentação de sua morte pelas autoridades da Bahia. O magistrado determinou que todos os crematórios do Rio sejam comunicados da decisão.

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