Ao menos 22 juízes do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro estão sendo ameaçados por grupos de milicianos e necessitam de escolta . O grupo paramilitar alvo da operação desta quinta-feira também foi um de que tentou intimidar juízes. No último ano, o TJ criou a 1ª Vara Criminal Especializada no Combate ao Crime Organizado. Além de concentrar os processos ligados à milícia e lavagem de dinheiro, um dos objetivos da nova vara é proteger a integridade dos magistrados atualmente ameaçados.
"São três juízes que atuam na vara e que podem até assinar a sentença juntos. Os magistrados de Jacarepaguá e de outras áreas já estão trabalhando com mais tranquilidade. Ninguém teme ameaça. O Judiciário está agindo e atento. Foram 33 prisões. Foi uma resposta dura e o primeiro caso de muitos", afirmou Claudio de Mello Tavares, presidente do TJ.
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O desembargador também fez duras criticas aos agentes públicos que foram denunciados por participarem da quadrilha.
"É lamentável que um agente do Estado que trabalha em uma delegacia de visibilidade venha prestar informações a um miliciano. Não só os milicianos, são os policiais fardados, são os policiais civis. Temos que combater. E esses têm que responder com mais rigor ainda porque deveriam proteger a sociedade", afirmou.
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Mello ainda destacou que outras varas podem ser criadas para dividir o trabalho. Ele destacou que o processo ocorre em segredo de Justiça e não houve vazamentos:
"O Estado praticamente inteiro está sendo tomado pelos milicianos. O Judiciário vai agir com rigor. Os mandados desta operação foram entregues em mãos para os policiais militares e os promotores do Ministério Público."