Megablocos precisarão de esquemas especiais
Agência Brasil
Megablocos precisarão de esquemas especiais

A confusão ocorrida no final do Bloco da Favorita, em Copacabana, na Zona Sul, em 12 de janeiro, com inúmeros assaltos e correria, acendeu alerta vermelho na Polícia Militar, que tomará medidas diferenciadas no policiamento de sete megablocos. Para os desfiles que vão ocorrer a partir do dia 9 de fevereiro, no Centro, o público só poderá acessar o local a partir de 23 pontos de entrada, que serão delimitados por grades e terão policiais com detectores de metal manuais para revistar os foliões. As informações são do jornal O Dia.

"É uma forma de evitarmos pessoas armadas, com facas ou arma de fogo na multidão. E, assim, minimizar os roubos e furtos", afirmou o coronel Sérgio Schalioni, comandante do 1º Comando de Policiamento de Área (1ºCPA), ao DIA.

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Esses pontos de entrada vão ficar localizados a 100 metros da Avenida Presidente Antônio Carlos, local para a concentração dos artistas e dos carros de som dos blocos da Preta, Anitta, Arar, Chora Me Liga, Cordão Bola Preta, Monobloco e Favorita.

"Além de material que possa servir como uma arma, como facas, não será permitida a entrada de qualquer tipo de vidro. Vendedores, previamente autorizados, só poderão entrar na área do bloco com latinhas de alumínio", explicou o coronel Luciano de Vasconcelos, comandante do 5º BPM (Praça da Harmonia), responsável pelo policiamento no Centro. "Não haverá delimitação de público. Conforme a lotação do local, nós vamos afastar as grades e os pontos de revista", completou.

Além dos locais de entrada, seis torres de observação serão instaladas em pontos estratégicos. "Isso irá proporcionar uma distribuição de informações privilegiadas aos policiais em equipes a pé e em viaturas", disse o coronel Mauro Fliess, porta-voz da corporação.

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Para aumentar o efetivo do Carnaval, as férias e folgas dos policiais serão suspensas na semana de folia. A ideia é que cerca de 15 mil policiais atuem em todo o estado. Já no Centro, um efetivo de cerca de mil policiais, convocados de outras unidades, irão reforçar o policiamento durante os desfiles.

Também haverá reforço nas estações de barcas e metrô da região, assim como na estação de trens da Central do Brasil. "Vale ressaltar que o policiamento durante a dispersão dos blocos será aplicado através de comboios em viaturas, em motocicletas e a pé, obedecendo a roteiros pré-definidos em locais de maior concentração de pessoas. Todos os blocos que têm fluxo maior de foliões, o policiamento é reforçado", afirmou Fliess.

41% dos blocos não pediram autorização à PM

Levantamento feito pelo O DIA aponta que, das 415 solicitações feitas pelo sistema da Riotur para a realização de desfiles de blocos, 172 (41%) não solicitaram para a Polícia Militar o chamado Nada Opor. Ou seja, um aval de segurança para a realização do evento. O prazo terminou na quinta-feira.

De acordo com lei estadual, o Nada Opor é necessário para os desfiles dos blocos considerados médios e grandes (que concentrem a partir de duas mil pessoas). O documento não é exigido para as agremiações que não vão utilizar montagem de estruturas, como carro de som e palcos.

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Segundo a PM, o Nada Opor proporciona aos órgãos públicos os subsídios mínimos para preparar o planejamento com vistas ao evento. "Os blocos que não possuem a documentação são considerados piratas e, localizados, terão o desfile suspenso", afirmou o coronel Luciano.

A região do Centro do Rio é a que concentra o maior número de desfiles de blocos previstos: 118. Mas, do total, somente 65 pediram ao 5º BPM (Praça da Harmonia) o Nada Opor, sendo todos deferidos. Já no bairro do Leblon, dos 27 blocos previstos, todos solicitaram ao batalhão local a documentação exigida. No entanto, sete tiveram seus pedidos negados.

Para obter o Nada Opor, as autorizações deverão ser entregues ao batalhão da área com antecedência mínima de 40 dias para eventos de pequeno porte; 50 dias para os médios; e 70 para os de grande porte.

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