Cerca de 150 pessoas acompanharam o enterro do militar
Diego Amorim/Agência O Globo
Cerca de 150 pessoas acompanharam o enterro do militar

O cabo da Marinha Victor de Melo Baptista morreu após ser atingido por uma linha com cerol enquanto dirigia sua moto pela Linha Amarela, na altura do bairro de Pilares, Zona Norte do Rio de Janeiro. Na quinta-feira (26), Victor voltava da praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, onde estava com amigos, por volta das 16h, quando foi atingido.

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Cerca de 150 pessoas acompanharam o enterro do cabo da Marinha, que tinha 27 anos, no Cemitério do Caju, Zona Portuária do Rio, no início da tarde deste sábado (28).

"Victor chegou a sair da moto, segurar o pescoço na tentativa de estancar o sangue e sentar no chão da via. Mas, infelizmente, foi fatal. Ele era um cara querido e amado por todos que conviviam com ele, seja em casa, na rua ou no trabalho. Toda a família está destroçada. Não sei como eles vão seguir daqui em diante", disse uma amiga da família que não quis se identificar.

Bastante abalados, parentes de Victor não quiseram conversar com a imprensa. Sob forte emoção, o enterro foi acompanhado por motociclistas do Movimento Cerol Mata , que prestaram uma homenagem ao rapaz, e também por militares da Marinha , que fizeram um cortejo ao lado do caixão. Ele serviu durante um ano na unidade de São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos. O corpo foi sepultado sob fortes aplausos.

Victor chegou a ser socorrido por um casal que estava numa Kombi e levado para a o Hospital municipal Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu aos ferimentos. O rapaz perdeu muito sangue e sofreu uma parada cardiorrespiratória. Para quem o conhecia , ficam a alegria e o amor como recordação.

"Ele tinha um sorriso lindo, estava sempre feliz e de bem com a vida. Ele chamava a mãe de "filha". Era considerado um herói para o irmão mais novo, de 19 anos. Tinha um carinho gigante pelos amigos ", afirma um amigo, sem se identificar, referindo-se à Patricia Melo e a Patrick Melo, mãe e irmão de Victor, que acompanharam o cortejo sentados em um carro de apoio.

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Mãe faz homenagem na web

Nas redes sociais, a mãe de Victor postou uma foto do filho e um texto lembrando o último dia que passaram juntos, o dia de Natal, quando foram à praia: "Nossa última praia juntos, meu menino. Essa luz que está em ti é a que te acompanhava sempre na sua caminhada. E Jesus já preparava tudo para receber meu anjo, que tinha o sorriso mais contagiante do mundo. Anjos e seres iluminados não ficam muito tempo num mundo cruel e feio. Você é lindo e com o maior coração do mundo!", postou.

Em outro trecho, Patrícia lembrou todo o cuidado que Victor tinha com ela: "Era o filho que me chamava de filha. Agora eu entendo a sua proteção, pois você era meu anjo e sei que vai estar me protegendo junto de Deus. Eu não vou conseguir nunca sem você, meu amigão.. Cuida daí porque eu não sei como vou viver sem você".

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Lei proíbe cerol e linha chilena

Desde julho deste ano, uma lei estadual proíbe a venda, o uso, o porte e a posse de cerol ou de linha chilena – linha com vidro moído e cola ou quartzo moído, algodão e óxido de alumínio. De acordo com o texto, quem for pego usando o produto poderá receber uma multa no valor de R$ 342.

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