Imagem aérea do Complexo do Alemão, com teleférico em primeiro plano
Bruno Itan/ Coletivo Alemão
Complexo do Alemão

Três jovens moradores do Complexo do Alemão desapareceram após saírem de casa na noite da última quinta-feira, por volta das 19h. De acordo com as famílias dos rapazes, João Vitor Jesus dos Santos, de 15 anos, Ronaldo Rosa Santos, de 16, e Rudson Romão Araújo da Silva, de 22, estavam de carro a caminho de Piedade, Zona Norte, quando sumiram. Desde então, parentes dos jovens não tiveram mais notícias. Nesta segunda-feira, as famílias estiveram na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) para prestarem depoimento.

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"O meu filho sempre foi um menino tranquilo, tímido, bom aluno. Ele acabou de ser aprovado na escola e vai para o último ano do ensino médio. Estou sem dormir, não consigo nem comer, sinto fortes dores no estômago. Só quero meu filho de volta", relata a mãe de Ronaldo, a autônoma Debora Rosa, de 50 anos, que conta que o rapaz ia começar a trabalhar: "Pegou a carteira de trabalho para ser jovem aprendiz".

Após deixarem o condomínio onde moram, os três seguiram para a casa da tia de Rudson, em Manguinhos, onde pegaram um filhote de cachorro da raça pitbull que seria vendido. De lá, eles teriam seguido para Piedade. O negócio foi fechado por meio de um anúncio num site de compra e venda na internet. Não se sabe quem era o comprador. O carro onde os jovens estavam também não foi encontrado. Era nele que Rudson trabalhava como motorista de aplicativo durante a noite.

"Ele disse que iria vender o cãozinho e voltaria para trabalhar. Eu terminei de cozinhar o jantar e deitei para esperá-lo, mas ele não voltou e nem atendeu mais as minhas ligações. De manhã, soube que as famílias do Ronaldo e do João Vitor estavam me procurando. Pensei logo no pior. Foi quando começou o meu desespero", conta a auxiliar de serviços gerais Maria Amélia Romão, de 54 anos, mãe de Rudson.

As famílias moram num condomínio popular na Avenida Itaoca, altura de Bonsucesso . Parentes desconhecem qualquer envolvimento de Ronaldo, João Vitor e Rudson com o tráfico. No momento do sumiço, eles estavam em um Chevrolet Prisma Joy, de cor preta.

A auxiliar de cozinha Katiane Jesus dos Santos, de 35 anos, mãe de João Vitor, veio da Bahia com o filho há quatro meses. Segundo ela, o adolescente não tem muitas amizades na região, mas costuma andar sempre com Ronaldo. No dia do sumiço, ela estranhou a ausência do garoto em casa. Por volta das 21h, ela ligou para o celular do filho e ouviu a voz de outra pessoa. Segundo ela, a última vez que ele visualizou o aplicativo de mensagens foi na quinta-feira, às 19h11.

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"Quando eu liguei e outra pessoa atendeu, eu disse que o telefone era do meu filho, aí a pessoa desligou. Depois disso não consegui mais contato. Ele nunca ficou sem me dar notícias, nem quando o celular fica sem bateria. Ele sempre arruma um jeito de me avisar, nem que fosse pelo celular de outra pessoa próxima", afirma Katiane.

Katiane foi a última parente dos jovens a receber informações sobre o paradeiro dos rapazes. Segundo ela, neste fim de semana, uma mulher ligou de um telefone público contando ter visto o momento quem os três teriam sido abordados por milicianos no Morro da Caixa D'água, entre os bairros de Quintino e Piedade, ainda na noite de quinta-feira.

Em nota, a Polícia Civil informa apenas que o caso está sendo investigado pela DDPA e que testemunhas estão sendo ouvidas na especializada, na Cidade da Polícia, Zona Norte do Rio, sem informar qual linha de investigação está sendo adotada pelos agentes. "Outras diligências estão sendo realizadas para esclarecer o caso", diz a nota. O caso foi registrado pelas famílias na 21ª DP (Bonsucesso).

A Fundação para a Infância e Adolescência (FIA) do Rio de Janeiro foi acionada e divulgou cartazes que ajudem a localizar os dois menores. Amigos fazem campanha na web na tentativa de encontrá-los.

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Quem tiver qualquer informação sobre o paradeiro dos jovens desaparecidos , pode entrar em contato pelos telefones (21) 2286-8467 e (21) 98596-5296, da FIA, ou então para a central de atendimento do Disque Denúncia, no número (21) 2253-1177, no Whatsapp do Portal dos Procurados, pelo número (21) 98849-6099, ou por mensagem pela página do Portal dos Procurados no Facebook. O anonimato das informações é garantido.

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