Marielle Franco foi assassinada em março de 2018
Agência Brasil
Marielle Franco foi assassinada em março de 2018

Representantes do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) se reuniram com membros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta terça-feira (26), em Brasília (DF), para pedir que as investigações das mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes continuem no Rio . O encontro aconteceu com os ministros responsáveis por analisar o Incidente de Deslocamento de Competência (IDC), que trata da federalização do caso.

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De acordo com o MPRJ, na reunião, o procurador-geral Eduardo Gussem disse aos ministros que não há elementos que justifiquem a retirada do caso Marielle do Rio. Ele refutou os argumentos de que há uma inércia do estado sobre sobre a investigação ou um possível envolvimento de autoridades locais com eventuais executores ou mandantes do crime.

Já a coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), a promotora Simone Sibilio, contou o que foi investigado até o momento, o que está em apuração e detalhou o trabalho feito para se chegar aos assassinos, o sargento reformado da PM Ronnie Lessa e ex-PM Élcio Queiroz .

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A reunião também contou com as presenças do subprocurador-geral de Justiça de Relações Institucionais e Defesa de Prerrogativas, Marfan Vieira; e do assessor-chefe da Assessoria de Recursos Constitucionais Criminais (ARC Criminal/MPRJ), Orlando Belém.

Pedido de federalização foi último ato de Raquel Dodge

Ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge
Divulgação/MPF
Ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge

O pedido para federalização da investigação do duplo homicídio foi feito pela ex-procuradora Raquel Dodge , em seu último dia como chefe da Procuradoria Geral da República (PGR), em setembro. Na ocasião, Dodge alegou que houve "desvirtuamento da investigação". Ela também pediu a abertura de um novo inquérito contra suspeitos que teriam participado de uma "encenação de investigação" para conduzir a apuração a falsos mandantes e esconder a verdadeira autoria dos assassinatos.

Desde então, membros do Poder estadual e familiares de Marielle têm se manifestado sobre o pedido. O governador Wilson Witzel (PSC)  questionou a competência da Polícia Federal em assumir a investigação.

No mesmo dia da manifestação de Witzel, o procurador-geral Eduardo Gussem encaminhou ofício à PGR dizendo se opôr ao caso sair da esfera estadual. Ele lembrou que Dodge já havia sugerido a mesma medida no ano passado, menos de 24 horas depois dos crimes, ocorridos em 14 de março, o que foi negado.

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Os pais da vereadora também se demonstraram contra a investigação sair das mãos do MPRJ. A irmã de Marielle , Anielle Franco, chegou a dizer que o ministro da Justiça, Sergio Moro, "nunca se interessou" pelo caso.

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