Witzel fala em "genocídio" no Rio e defende fechamento de fronteiras

Governador revelou que pediu ajuda de Sergio Moro para enfrentar o quadro de violência nas favelas do estado: "Se não vier, nós vamos sozinhos"
Foto: Divulgação/Governo do Rio/Eliane Carvalho
Witzel fala em 'genocídio' no Rio e defende fechamento de fronteiras

O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), afirmou neste domingo (29) que pretende pedir a ajuda dos países do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para
conter o comércio ilegal de armas e drogas por traficantes nas favelas do estado. O governador levantou, inclusive, a possibilidade de fechamento das fronteiras do Brasil com
Bolívia, Colômbia e Paraguai, algo que só pode ser determinado pelo governo federal .

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"O próprio conselho pode tomar essa decisão: retaliar Paraguai, Bolívia e Colômbia, no que diz respeito às armas. Países que vendem armas para esses países têm que ser proibidos
de fazê-lo, sob pena de continuar esse massacre, essa situação sangrenta que vivemos nas comunidades do Rio", disse Witzel .

O governador usou a palavra "genocídio" para classificar o quadro de violência nas favelas do estado e relatou ter pedido ajuda do ministro da justiça Sergio Moro para enfrentar
a situação:

"(Quero) levar (à ONU) realmente a causa do genocídio do Rio de Janeiro, que não é o governador (...) Tentei, através do Ministério da Justiça, que o Moro viesse comigo. Se não
vier, nós vamos sozinhos, porque o Rio de Janeiro vai fazer o seu trabalho junto à ONU. Já pedi para entrarem em contato com o Conselho de Segurança da ONU para que eu possa
expor o que está acontecendo no Rio e pedir providências junto a esses países", revelou.

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As declarações de Witzel podem ser lidas como mais um movimento do governador no seu esforço para se posicionar como um candidato competitivo para as eleições presidenciais de
2022. Uma pesquisa feita pela consultoria Qaest atestou que, em agosto, ele superou governadores como Doria e Ronaldo Caiado (DEM), de Goiás, em relevância nas redes sociais.

Em outubro, Witzel pretende ir a São Paulo para abrir contato com agentes de segurança locais. O tema é tratado como o grande carro-chefe do seu governo. Além da retórica
beligerante (já falou em jogar um míssil na Cidade de Deus) e do aumento das operações policiais em favelas, Witzel tem colocado todas as fichas no programa Segurança Presente,
de incremento do policiamento em bairros da capital.

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Nos próximos meses, Witzel vai tentar modular o discurso e mostrar que seu governo não se resume a ações na segurança pública. A primeira meta é reforçar o seu lado social.
Lançará o programa Comunidade Cidade, uma espécie de Favela-Bairro ou Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do seu governo com investimentos de mais de R$ 2 bilhões que começarão pela Rocinha.

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