O delegado da Delegacia de Homicídios da Capital, Daniel Rosa, disse hoje (23) que os policiais militares envolvidos no caso da morte da menina Ágatha Félix, de 8 anos, estão sendo ouvidos na condição de testemunhas e não como suspeitos do crime. “Não havia operação da UPP [Unidade de Polícia Pacificadora] no local e os militares estavam em patrulhamento de rotina”, disse.
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Rosa também explicou que os depoimentos dos militares e das testemunhas do caso Ágatha estão sendo mantidos sob sigilo. Segundo Rosa, a finalidade do sigilo é garantir a lisura e a seriedade “dessa investigação tão importante e tão séria conduzida pela Polícia Civil”. Os depoimentos dos PMs e de outras testemunhas foram prestados na Delegacia de Homicídios da Capital, na Barra da Tijuca.
O delegado disse que perguntas como quem atirou, de onde partiu o tiro e em qual circunstância esse tiro foi disparado serão esclarecidas ao longo da investigação .
“Pontos importantes foram colhidos nos depoimentos e que há dados relevantes para se chegar a um cenário do que realmente aconteceu naquela localidade [Fazendinha]. Não se descarta fazer rapidamente essa reprodução simulada no local do crime”, disse. As oito armas que estavam em poder dos militares: três fuzis e cinco pistolas foram entregues hoje à polícia.
O delegado disse que foram feitas duas perícias na kombi, onde a menina foi atingida. Uma no dia seguinte ao crime e outra nesta segunda-feira (23), na porta da Delegacia de Homicídios da Capital. Daniel Rosa disse que o utilitário está apreendido na delegacia e serão feitas novas perícias se necessário.
A menina Ágatha Félix morreu após ser atingida nas costas por um disparo de fuzil quando seguia para casa de kombi na sexta-feira (21), na comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão.
Moradores da comunidade dizem que o tiro partiu de um dos policiais, quando houve abordagem a uma motocicleta roubada, ocupada por dois homens, que fugiram no momento da abordagem e houve o disparo por um dos policiais que integrava a equipe.
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A Polícia Militar nega essa versão. O coronel Mauro Fliess, porta-voz da corporação, diz que os militares foram atacados por traficantes da Fazendinha quando estavam em patrulhamento e que o crime será apurado dentro do rigor que o caso requer. “Não vamos recuar. Estamos no caminho certo. Estamos reduzindo o número de homicídios dolosos e lamentamos profundamente que pessoas como Ágatha e outras que perderam suas vidas. Lamentamos profundamente esse caso e prestamos solidariedade”, disse o oficial.