Número de assassinatos caiu
Agência Brasil
Número de assassinatos caiu

Mesmo com o número de assassinatos diminuindo 11,6% no Brasil, a quantidade de mortes causadas por policiais cresceu em 19% entre 2017 e 2018. Os dados são do 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o mais recente relatório elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na manhã desta terça-feira (10).

O ano de 2018 experimentou um alívio nos índices de violência no Brasil. Após saltar de 47.215 para 64.021 entre 2011 e 2017, o número de mortes violentas intencionais (MVI) caiu para 57.341 (soma próxima à registrada três anos antes). A categoria compreende situações de homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.

A organização coleta informações das secretarias estaduais de Segurança Pública e Defesa Social, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ), além de manter números próprios.

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A taxa de queda é semelhante à detectada nos dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Segundo a pasta, houve 13% menos mortes violentas intencionais em 2018 em relação a 2017 — ano recorde para esse tipo de crime em todo o país desde o início da série histórica. 

Nem todos os estados brasileiros, no entanto, registraram essa melhora no índice. Amapá, Roraima, Tocantins e Pará viram esse tipo de crime saltar em 2018, enquanto todas as outras unidades da federação tiveram queda. O caso mais surpreendente é o do Amapá, que teve apenas 26 casos de mortes violentas intencionais em 2011, mas viu o número subir para 480 no ano passado (variação de 1.423%). A taxa, que era de 3,8 crimes desse tipo a cada 100 mil habitantes, disparou para 57,9, um dos índices mais altos do país. Em 2017, o número absoluto era de 434, e a taxa, de 54,4.

São Paulo e Rio

As duas maiores capitais do Brasil tiveram uma redução na violência em 2018 em relação ao ano anterior.

São Paulo continua sendo o estado com a menor taxa de mortes violentas intencionais do país. O índice alcançou seu menor patamar da série histórica, desde 2011, chegando a 9,5 crimes a cada 100 mil habitantes, contra 10,7 em 2017. O número absoluto caiu de 4.831 para 4.315 de um ano para o outro.

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Embora tenha registrado queda, o Rio de Janeiro apresenta ainda o pior quadro da região Sudeste . A taxa caiu de 40,4 para 39,1 em 2018, e o número absoluto, de 6.749 para 6.714.

Embora ambos os estados tenham registrado uma queda em MVIs entre 2017 e 2018, a série histórica mostra que, desde 2011, o cenário no Rio de Janeiro deteriorou, enquanto em São Paulo está melhor. Há oito anos, a taxa no Rio era de 25,8. Em São Paulo, de 12,0.


Estados mais e menos seguros

As regiões Sul e Sudeste congregam os estados com estatísticas menos preocupantes de violência em 2018. São Paulo (9,5), Santa Catarina (13,3) e Minas Gerais (15,4), nesta ordem, são as unidades da federação com as menores taxas de MVI.

Roraima (66,6), Amapá (57,9) e Rio Grande do Norte (55,4) são os estados mais violentos. Em Roraima, os crimes dispararam entre 2017, quando o índice era de 40,4, para 2018. Já o Rio Grande do Norte foi na contramão. Há dois anos, o índice de mortes violentas intencionais a cada 100 mil habitantes era ainda maior que o registrado recentemente em Roraima. Chegou a 67,2 em 2017, então o maior da federação.

Mortes por policiais

O número mortes violentas causadas por intervenção policial em 2018 foi de 6220, 19% a mais do que em 2017, quando esse número registrou 5179. O perfil das vítimas são, em sua maioria, homens (99,3%), entre 15 e 29 anos (77,9%) e negros (75,4%).

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O número de policiais vítimas de crimes violentos letais intencionais, porém, passou de 373 em 2017 para 343 em 2018. O Estado que lidera esse tipo de crimes é o Rio de Janeiro, com 89 casos. São Paulo registra 60 casos do tipo, ficando em segundo lugar, e o Pará, em terceiro, registra 52 mortes do tipo.

O relatório

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública afirmou que a categoria MVI só passou a ser calculada a partir de 2013. Para os anos de 2011 e 2012, o indicador foi calculado retroativamente a partir dos critérios informados pelos estados para a 9ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, elaborado em 2015.

O levantamento completo traz também estatísticas sobre mortes causadas por policiais, suicídios, roubos e furtos de veículos, pessoas desaparecidas e localizadas, estupros, feminicídios e diversos outros números relativos a armas de fogo, gastos com segurança pública, violência nas escolas e sistema prisional, por exemplo.

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