Três horas depois de uma sessão de tortura, policiais militares resgataram uma mulher de 24 anos em Trindade, na Região Metropolina de Goiânia, no domingo (25).
Durante as agressões por causa de suspeita de traição, o marido utilizou uma barra de ferro. Mesmo negando manter um relacionamento extraconjugal, a vítima teve clavícula quebrada, tornozelo e cotovelos fraturados e o pulmão perfurado.
Leia também: Lei do feminicídio completa 4 anos, mas ainda enfrenta resistência no Brasil
O marido foi preso no trabalho na segunda-feira (26). Quando a delegada que investiga o caso foi colher o depoimento da vítima no leito do hospital em que ela está internada, a mulher condicionou. Ou a polícia deixasse ela falar com o marido ou não daria qualquer declaração.
“Para permitir que nós fizéssemos um vídeo do depoimento dela, ela solicitou que a gente deixasse ela falar por telefone com o marido. E a mensagem que ela passou para ele foi: ‘Eu não te denunciei. Eu não queria que isso estivesse acontecendo com você’. Então, mesmo em cima de uma cama, com a perna quebrada, cotovelo quebrado, clavícula quebrada e pulmão perfurado, ela estava preocupada com ele”, disse ao G1 Goiás a delegada Renata Vieira.
Leia também: Brasil tem onda de feminicídios no início do ano, com mais de 100 casos em 1 mês
Por diversas vezes manifestou o interesse de livrar o marido. “Nós explicamos para ela que não dependia da vontade dela. Ele foi autuado em flagrante pelo crime de tentativa de feminicídio. São poucos os crime hoje da Lei Maria da Penha que dependem da vontade da vítima. No caso da tentativa de feminicídio, a lei não dá a ela essa oportunidade de decidir se o agressor seria preso ou processado”, disse a delegada.
O marido só foi preso porque a Legislação prevê que a vítima não tem poder de escolha se o caso for visto como tentativa de feminicídio.