Críticas que apontam o procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol como esquerdista não são novas. Após ver o próprio presidente Jair Bolsonaro compartilhar publicação que afirmava que ele era "esquerdista estilo PSOL ", Dallagnol foi alvo de novos ataques, desta vez por parte de Olavo de Carvalho e do deputado Eduardo Bolsonaro, que o acusaram de usar dinheiro da Petrobras para "levantar ONGs de esquerda para realizar um novo assalto ao poder".
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As críticas surgiram após entrevista de Dallagnol ao jornal Gazeta do Povo, na qual afirma que o presidente está se distanciando do combate à corrupção. Segundo ele, o sistema de combate à corrupção do país está em risco e sofre ações de enfraquecimento dos três Poderes.
Isso foi o suficiente para que Olavo publicasse um vídeo falando sobre o tema, criticando a postura "isentista" de Dallagnol e afirmando que o combate à corrupção também foi usado pelo PT na década de 90, o que o teria colocado como o partido mais íntegro e correto do país.
"O combate à corrupção foi a arma usada pelo PT para dar início a todo o movimento de corrupção do partido. Onde vocês virem essa mentalidade isentista, saibam: o isentismo é apenas a cortina de fumaça que se joga para encobrir a voracidade de poder que tem essa gente e a amoralidade permanente dos comunistas. Todo isentista ou é um idiota ou é um cúmplice desta coisa", afirmou Olavo em vído publicado no Youtube.
Na sequência, o 'guru' de Bolsonaro afirma que Deltan está usando o dinheiro da Petrobras para "levantar ONGs de esquerda para realizar um novo assalto ao poder" e ressalta que o procurador tem que saber o que está fazendo: "Não é possível que ele seja um inocente útil. Ele é útil, mas não é inocente".
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Por fim, ele questiona: "Vamos permitir que essa gente encabece o combate à corrupção, crie um novo prestígio de entidade moralista e com isso volte a conquistar o poder? Não podemos. Isso é loucura".
O vídeo ganhou o apoio do deputado Eduardo Bolsonaro. Em postagem nas redes sociais, o filho do presidente afirmou que a análise, baseada em pesquisa de um youtuber de direita (@LiloVLOG), mostra que existem conexões de Dallagnol com ONGs e grupos de esquerda.
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Defesa de Deltan
Após a repercussão do caso, o procurador também usou as redes sociais para se defender dos ataques, afirmando que o trabalho foi feito com a "isenção que era necessária" e que não tem viés político-partidário.
"Quando se é acusado ao mesmo tempo de ser de direita e de esquerda, isso só mostra 1 coisa: que nosso trabalho foi feito com a isenção que era necessária e não tem - nem nunca teve - viés político-partidário. Minha identificação é com a causa anticorrupção, que é suprapartidária", disse Dalagnol .