A Polícia Civil tenta localizar o celular de Willian Augusto da Silva para apurar a possibilidade de ele ter tido ajuda de outras pessoas no planejamento do sequestro do ônibus 2520, ocorrido nesta terça-feira na Ponte Rio-Niterói. Policiais procuraram o aparelho ontem durante todo o dia, mas não o encontraram.
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O delegado Antônio Ricardo Nunes, chefe do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa ( DGHPP
), disse que uma análise do telefone poderá revelar se Willian teve apoio de alguém para preparar a ação.
Para a polícia, está claro que Willian agiu de forma premeditada. Ele embarcou no ônibus com uma mochila na qual levava uma réplica de pistola, uma arma de choque e uma faca. Além disso, carregava potes feitos com garrafas PET recortadas, barbante e um recipiente cheio de gasolina. Com esse material, montou uma espécie de varal no teto do veículo, e, após pedir um isqueiro a um passageiro, ameaçou provocar um incêndio.
Parentes de Willian disseram na sede da Delegacia de Homicídios de Niterói que ele vivia de forma isolada e vinha utilizando um celular várias horas por dia. Eles também relataram que o sequestrador, de 20 anos, apresentava um quadro de depressão desde janeiro, quando teve um surto psicótico durante um churrasco.Ainda de acordo com a família, o jovem contou que estava sofrendo muito e "ouvindo vozes dentro da cabeça".
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Na manhã desta terça-feira, um homem identificado como Luiz André Silva de Carvalho foi preso em um dos bloqueios montados para impedir o acesso à Ponte Rio-Niterói durante o sequestro
. O homem gritou que “ia salvar o amigo”, referindo-se a Silva no momento da prisão pelos policiais militares do programa Niterói Presente. Carvalho entrou em luta corporal com os agentes antes de ser preso e, depois, foi levado para o Instituto Médico-Legal de Niterói para fazer exame de alcoolemia.