Juízes e desembargadores que julgam processos trabalhistas foram convidados a viverem um dia na pele de faxineiros, garis, atendentes e cobradores. Antes da rotina nas ruas, banheiros, escritórios barulhentos, os juízes participaram de aulas teóricas.
A iniciativa é do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ). Os magistrados passam pelos treinamentos para entenderem a rotina de funções.
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Para a BBC Brasil, juiz Thiago Mafra da Silva contou as dificuldades da rotina de gari. “Foi bem pesado, cheguei a vomitar por causa da insolação", disse. “O juiz que perdeu a capacidade de olhar com empatia para o outro, perdeu a capacidade de ser juiz", completou o magistrado.
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Já o juiz do Tribunal Regional do Trabalho, Thiago Mafra da Silva, considera "a empatia é essencial para todos, mas para nós especialmente. Diariamente, a gente tem que se colocar no lugar do outro, se colocar na pele tanto do trabalhador, quando do empregador, para entender as dificuldades que eles enfrentam."
O magistrado passou um dia varrendo as rua do Rio como gari para a Comlurb, a empresa de limpeza da cidade.
“O juiz que perdeu a capacidade de olhar com empatia para o outro, perdeu a capacidade de ser juiz”, diz Marcelo Augusto Souto de Oliveira, diretor da Escola Judicial e um dos idealizadores do projeto.