Quadrilha roubou 720 kg de ouro no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e não disparou um tiro
Reprodução/TVGlobo
Quadrilha roubou 720 kg de ouro no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e não disparou um tiro

A quadrilha que roubou de cerca de 720 kg de metais preciosos , na maioria ouro, no terminal de cargas do Aeroporto de Guarulhos , na Grande São Paulo, nesta quinta-feira (25),
pode ser a mesma que cometeu um assalto milionário no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, no ano passado. Esta é uma das linhas de investigação da Polícia Civil.

“Não descartamos nenhuma hipótese. Investigamos todas as possibilidades, inclusive essa, de que eles poderiam ter participado da quadrilha que cometeu o roubo em Viracopos”,
afirmou o delegado João Carlos Miguel Hueb, da 5ª delegacia de roubos a Banco do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), em entrevista coletiva nesta sexta-
feira (26) sobre o roubo de ouro .

Na ocasião, em 4 de março de 2018, pelo menos cinco assaltantes armados com fuzis invadiram o terminal de cargas de Viracopos e roubaram US$ 5 milhões, além de libras e reais,
todas endereçadas para a Suíça. Bem como em Guarulhos, o grupo não precisou disparar nenhum tiro e a ação foi rápida.

A polícia apontou também que os ladrões usaram dados falsos para comprar os quatro carros utilizados no roubo. Para os investigadores, rastrear esses veículos pode ajudar a
levá-los até a quadrilha. O delegado afirmou que foram apreendidos dois carros adesivados que simulam viaturas da Polícia Federal (PF) e outras duas caminhonetes. Esses veículos
possuem dados de compras falsos, porém não foram roubados.

A polícia ainda não divulgou informações sobre as datas das compras. Informou, apenas, que parte dos carros veio do interior de São Paulo. Entre a noite de quinta-feira e a manhã desta sexta-feira, os investigadores ouviram o depoimento de dez pessoas. A polícia trabalha com a hipótese de que a quadrilha é formada pro dez pessoas.

"É uma quadrilha bem organizada que conhece, inclusive, o funcionamento das investigações. Não foi, com certeza, o primeiro roubo deles", afirmou Hueb.

De acordo com a polícia, os bandidos limparam as digitais dos veículos usados na ação com extintores de incêndio para dificultar o trabalho dos investigadores. Até o momento,
nenhum suspeito foi localizado.

Leia também: Em dois anos e meio, mais de 28 mil famílias perderam suas casas em São Paulo

Doria aponta 'imprudência' no transporte do ouro

João Doria (PSDB), governador de São Paulo
Governo do Estado de São Paulo
João Doria (PSDB), governador de São Paulo

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), considerou nesta sexta-feira que houve imprudência por parte da empresa que transportava a carga milionária. O tucano sugeriu que a polícia deveria ter sido avisada para acompanhar a movimentação da carga.

Você viu?

"Não sou especialista em segurança pública, mas uma empresa transportar 750 quilos de ouro sem o acompanhamento de polícia foi uma imprudência. Você não pode imaginar que uma
carga dessa seja transportada e manuseada, ainda que numa área restrita do aeroporto, sem a presença policial", avaliou o governador durante entrevista coletiva.

Sem dar detalhes das investigações, Doria chamou a atenção pelo nível de informação da quadrilha para cometer o crime. "Fruto dessa imprudência, claro, que uma quadrilha
organizada e bem informada agiu e conseguiu obter o resultado", salientou o tucano.

Recompensa de R$ 150 mil

Para auxiliar nas investigações, a empresa gestoras de riscos Lowers & Associate Internacional, um dos braços responsável pelo resseguro do ouro roubado, está oferecendo uma recompensa de R$ 150 mil para quem tiver informações sobre o paradeiro do metal ou dos bandidos.

"Todas as informações devem ser canalizadas na Polícia Civil. As informações precisam ser seguras e efetivas, que levem à apreensão do ouro roubado e à autoria do crime", disse
José Gonçalves Neto, representante da empresa.

Durante o roubo desta quinta-feira, os bandidos levaram 31 malotes com 719 quilos de ouro, avaliados em R$ 123 milhões. A carga, de origem brasileira, chegou em Guarulhos na
manhã anterior ao roubo, e seria enviada para aeroportos de Nova York e Toronto . Ainda não há informações sobre quem seria o dono do ouro.

A ação dos bandidos começou na manhã da quarta-feira (24), quando um supervisor do setor de cargas do aeroporto de Guarulhos foi feito refém junto com a mulher pelo motorista de
uma ambulância, na região da avenida Jacu Pêssego. A mulher seguiu para Araraquara, no interior do estado, dentro da ambulância, e o funcionário foi liberado para ir embora.

À tarde, segundo a polícia, os bandidos fizeram novo contato com o supervisor, que foi orientado a reencontrá-los. Ele, então, ficou em poder dos criminosos até o dia seguinte,
dentro de casa, junto com outros oito membros da família. Só no dia seguinte à tarde, o funcionário entrou junto com os ladrões, disfarçados de policiais, no terminal de cargas
de Guarulhos.

Leia também: Terremoto de magnitude 3,2 atinge interior do Ceará

Após carregarem os carros falsos da polícia com o ouro , o funcionário foi liberado e os bandidos seguiram para a zona leste, onde abandonaram os dois veículos falsos da PF, e
passaram o ouro para outras duas caminhonetes, também abandonadas na região em seguida.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!