Ofícios de 516 páginas, que integram um inquérito civil do Ministério Público Federal (MPF), traçam um retrato preocupante da falta de controle de munições nas polícias militares e civis do Brasil. Ao todo, apenas cinco governos têm algum sistema eletrônico para munições da Polícia Militar ou Civil: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo e Piauí e Mato Grosso.
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A análise das comunicações enviadas pelos próprios órgãos, às quais o jornal O Globo
teve acesso, e apurações posteriores revelam que práticas rudimentares, como anotações em
livros ou uso de planilhas de computador, são a regra no monitoramento do material na maior parte dos estados do Brasil
.
Nas polícias civis, a situação de controle de munições
é mais precária: somente Espírito Santo e Mato Grosso declararam ter algum sistema eletrônico de monitoramento de
projéteis. O MPF se baseou, ao questionar os estados, nas diretrizes internacionais de gestão de munição difundidas pelo Escritório das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento.
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Doze estados do Brasil admitiram não ter nas suas polícias civis um controle eletrônico de munição, entre eles o Rio de Janeiro. A metodologia mencionada por alguns foi "planilha excel" ou "programa no Windows", sem especificar qual. Sete unidades da federação não responderam ao MPF e seis deram informações vagas, indicando que não têm o sistema no formato questionado.