Romário da Silva Barros era jornalista e tinha 31 anos de idade
Arquivo pessoal
Romário da Silva Barros era jornalista e tinha 31 anos de idade

Um vídeo de uma câmera de segurança mostra um homem encapuzado executando o jornalista fundador do site Lei Seca Maricá (LMS), Romário da Silva Barros , de 31 anos, no final da noite da última terça-feira, no município da Região Metropolitana do estado.

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No momento em que Romário entra no carro, o atirador — que estava dentro de um Siena Preto atrás do carro da vítima — chega por trás, abre a porta do motorista e atira, ao menos, quatro vezes no jornalista . Em seguida, o atirador retorna para um carro, o veículo dá uma ré e sai, às pressas, passando ao lado do carro do jornalista.

Ele foi morto na noite desta terça-feira com pelo menos três tiros, após praticar exercícios físicos no bairro Araçatiba. O corpo do jornalista foi encontrado na Rua Álvares de Castro, no município da Região Metropolitana do estado. A investigação ainda não descarta que o crime possa ter motivação política.

Confira o momento do crime no vídeo abaixo:


A Polícia Civil trabalha com a hipótese da morte do jornalista ter sido uma execução e que o crime foi encomendado. A perícia feita no local constatou que os tiros disparados contra Romário se concentraram em duas regiões do corpo dele: foram dois tiros no lado esquerdo da cabeça e um no pescoço.

"Já temos imagens de câmeras de segurança e sabemos que foram dois executores. Fizemos perícia no local e estamos ouvindo os familiares da vítima", conta o chefe do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), o delegado Antônio Ricardo Nunes.

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"Se eu pudesse, eu saber que fez isso com o meu filho. Desde pequeno ele sempre foi muito lutador e não merecia isso que fizeram com ele", disse Osmar Barros Filho, pai do empresário, após a morte do único filho. Sobre o filho sofrer algum tipo de ameaça, Filho não soube dizer se recebia ou não. "A última vez que ele esteve aqui em casa disse que se ele morresse, morreria satisfeito porque ninguém iria pará-lo. Era muita notícia dos outros e provavelmente alguém tinha raiva dele”.

O site do jornalista denunciava a política da cidade. O corpo de Romário foi enterrado no final da tarde no Cemitério Municipal da cidade. A Câmara Municipal da cidade decretou luto de três dias.

Entidades repudiam assassinato

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) cobraram rigor nas investigações e punição para os autores do crime.

Em nota, a Fenaj exigiu "das autoridades competentes a apuração do caso, com a consequente identificação dos responsáveis". 

A entidade afirmou que, "assim como o assassinato do jornalista Robson Giorno, do jornal 'O Maricá', ocorrido no final de maio, é evidente que esse assassinato também foi premeditado, configurando uma execução". "A investigação deve ter como ponto de partida o exercício profissional e é preciso empenho para que os culpados sejam identificados", disse a Fenaj.

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão também repudiou "com veemência o assassinato de mais um jornalista em Maricá". A associação disse ainda que "reafirma a defesa intransigente da liberdade de expressão e do direito do brasileiro à livre informação e pede às autoridades lociais uma rigorosa apuração e esclarecimento dos dois casos".

Segundo assassinato em menos de um mês

Esse foi o segundo caso de jornalista morto em Maricá em menos de um mês. No último dia 25 de maio, o dono do Jornal O Maricá, Robson Giorno, de 45 anos, foi assassinado perto de casa. Ele e Romário eram conhecidos por noticiar acontecimentos políticos no município.

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