Por risco de rompimento em barragem da Vale em Barão de Cocais, 400 pessoas foram evacuadas da cidade
Divulgação/Vale
Por risco de rompimento em barragem da Vale em Barão de Cocais, 400 pessoas foram evacuadas da cidade

Chegou a 21 cm ao dia o deslocamento do paredão de contenção (talude) norte da mina do Gongo Soco , em Barão de Cocais (MG). A nova medição, divulgada às 9h desta segunda-feira (27) pela Agência Nacional de Mineração (ANM), indica que aumentou em 1 cm o deslocamento diário do talude.

A Vale, mineradora responsável pela estrutura, previa que o paredão viesse a ceder até sábado (25), o que não ocorreu. A empresa e autoridades mineiras têm como maior preocupação a possibilidade de o iminente desabamento vir a causar tremor capaz de levar ao rompimento da barragem de rejeitos Sul Superior da mina, situada a 1,5 quilômetro do talude, ainda em Barão de Cocais .

A Defesa Civil e Ministério Público de Minas Gerais monitoram a situação de perto desde que foi identificada a iminência da ruptura . De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado, as chances de que mais essa barragem da Vale venha a se romper é de até 15%.

Cerca de 400 pessoas foram removidas de suas casas desde que os riscos envolvendo a barragem atingiram nível 3, que é o mais crítico, no dia 22 de março. Desde então, foram realizadas simulações de evacuação de moradores para zonas consideradas seguras.

A barragem da Vale em Barão de Cocais tem volume de 6 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração e foi construída pelo método a montante, o mesmo adotado na estrutura que se rompeu, em janeiro, em Brumadinho. A tragédia resultou na morte de 243 pessoas, sendo que outras 27 seguem desaparecidas .

Para reduzir o risco de nova tragédia humana, estão sendo montados blocos de granito a cerca de um quilômetro abaixo da barragem para que isso sirva como uma barreira. Além disso, teve início o trabalho de terraplanagem para erguer um novo muro de contenção de 35 metros de altura, 400 metros de extensão na parte superior, com 10 metros de espessura e aterrado cinco metros abaixo do nível do solo. A construção deverá levar até um ano. Esse novo muro é um ponto anterior às comunidades cujos moradores foram removidos. 

De acordo com a Vale, a empresa tem monitorado a situação do talude de Barão de Cocais de forma remota, com o uso de radar e estação robótica capazes de detectar movimentações milimétricas da estrutura, além de sobrevoos com drone. 

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!