Os nove militares que estavam presos por envolvimento na morte do músico Evaldo dos Santos Rosa e do catador de materiais recicláveis Luciano Macedo foram soltos na manhã desta sexta-feira. Eles deixaram o 1º Batalhão de Infantaria Motorizado do Exército (Regimento Sampaio), onde são lotados e estavam presos, na Vila Militar, na Zona Oeste do Rio, por volta das 9h.
Leia também: Secretaria condena evento "Adoção na Passarela", que causou polêmica na web
Na noite de ontem, o Superior Tribunal Militar (STM), em Brasília, decidiu conceder liberdade a eles, que participaram da ação no dia 7 de abril, em Guadalupe, na Zona Norte. Os outros três militares envolvidos no caso já haviam sido libertados por ordem da Justiça e respondem ao processo em liberdade
"A defesa confiava e explorava essa decisão (de liberdade). Para a defesa, essa é a correta decisão do caso. Agora, vamos aguardar o desenrolar do processo, onde vamos ter a oportunidade de ver os requerimentos do Ministério Público Militar", afirma o advogado dos militares, Paulo Henrique Melo.
Você viu?
De acordo com o Comando Militar do Leste (CML), a partir de agora, os militares irão cumprir tarefas internas e não participarão de operações e nem atividades que envolvam uso de armas.
O STM é formado por 15 ministros: quatro do Exército, três da Marinha, três da Aeronáutica e cinco civis. O presidente do Tribunal só vota em caso de empate. Isso não foi necessário neste caso. Apenas a ministra Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, votou pela manutenção da prisão dos nove militares.
Relembre o caso
O músico seguia com a família para um chá de bebê quando o seu carro foi alvejado por mais de 80 tiros disparados por um grupamento militar que, supostamente, teria confundido o veículo com o de bandidos. Segundo laudos técnicos, foram disparados 257 tiros na ação.
Leia também: Justiça bloqueia R$ 3,8 bilhões de MDB, PSB e outros investigados na Lava Jato
Evaldo dos Santos Rosa morreu na hora, mas seus parentes conseguiram escapar. Luciano, que estava nas proximidades e tentou ajudar a família, acabou sendo também baleado e morreu dias depois. Os militares respondem por homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificado e omissão de socorro.