A Justiça do Rio de Janeiro decretou a prisão de três pessoas investigadas por conta do desabamentos de dois prédios clandestinos na comunidade da Muzema, Zona Oeste do Rio de Janeiro. José Bezerra de Lima, o ‘Zé do Rolo’, Renato Siqueira Ribeiro e Rafael Gomes da Costa tiveram a temporária prisão decretada.
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O trio é apontado pela investigação como responsável pela construção dos edifícios ilegais que desabaram na Muzema , matando 20 pessoas. O pedido de prisão foi feito ao plantão judiciário. O caso é investigado pela 16ªDP (Barra da Tijuca).
"As vítimas buscaram na Polícia Civil um certo conforto e reconheceram o Zé do Rolo como o construtor e os outros dois os vendedores", explicou a delega Adriana Belém, resposável pela investigação. "São pessoas que vendiam sonho para pessoas humildes que receberam a tragédia, a desgraça", completou.
Ainda de acordo com a policia , os três já podem ser considerados foragidos da Justiça. Ela ainda informou que o trio responderá por homicídio doloso eventual. “A gente entende que aquele que constrói um prédio daquela forma, naquelas circunstâncias, assume o risco pela morte daquelas pessoas". Antes, a acusação era de desabamento com morte.
Buscas na Muzema chegam ao oitavo dia
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro completa nesta sexta-feira (19) oito dias de busca por corpos e sobreviventes do desabamento de dois prédios no condomínio Figueiras do Itanhangá, na comunidade da Muzema, zona oeste do Rio de Janeiro.
Até o momento, o número de mortos no desabamento chega a 20 pessoas, das quais 18 óbitos ocorreram no local. Duas pessoas morreram nos hospitais para onde foram levadas. A tragédia deixou oito pessoas feridas.
De acordo com os bombeiros , eles trabalham com a perspectiva de encontrar mais três corpos de pessoas desaparecidas. Cerca de 100 homens participam das buscas. O último corpo resgatado foi encontrado na quinta-feira (18) pela manhã e pertencia a uma mulher.
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Os edifícios na Muzema não tinham autorização da prefeitura e tiveram suas obras embargadas em novembro do ano passado. A Polícia Civil investiga agora os responsáveis pela obra e pela venda dos imóveis, em busca de responsáveis pelo desabamento .