Moa do Katendê era mestre de capoeira e tinha importante atuação cultural no bairro Engenho Velho de Brotas
Divulgação/Governo da Bahia
Moa do Katendê era mestre de capoeira e tinha importante atuação cultural no bairro Engenho Velho de Brotas

Um colégio estadual de Salvador (BA) recebeu o nome do mestre de capoeira Moa do Katendê, que foi assassinado aos 64 anos com 12 facadas nas costas , durante uma discussão política no primeiro dia das eleições do ano passado. A decisão foi tomada após pedido feito pela comunidade e pelo movimento negro e essa é a segunda homenagem prestada pela unidade de ensino ao capoeirista, já que em novembro, um muro da escola ganhou um grafite com a imagem de Moa.

O Colégio Estadual Victor Civita teve o nome trocado para Colégio Estadual Mestre Moa do Katendê nesta quinta-feira (18). A escola tem cerca de 300 estudantes e fica localizada no Engenho Velho de Brotas, bairro onde o capoeirista morava e tinha uma importante atuação cultural.

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Moa foi morto na madrugada do dia 8 de outubro de 2018, algumas horas após a votação do primeiro turno das eleições. Segundo a polícia, a vítima homenageada pela escola teria criticado o então candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), gerando desentendimento com o suspeito, identificado como Paulo Sérgio. Os dois discutiram em voz alta e “agrediram-se mutuamente de forma verbal”, conforme o Ministério Público.

O agressor ainda teria saído do bar e ido em direção à casa dele, onde pegou uma faca tipo peixeira e retornou ao bar para agredir o capoeirista  no pescoço e no tórax, principalmente. Paulo Sérgio foi autuado em flagrante, passou por audiência de custódia em 9 de outubro e teve prisão preventiva decretada pela Justiça. 

O assassino negou, em primeiro momento, que a motivação do crime teria sido política. A investigação policial, no entanto, concluiu o contrário. O suspeito está Complexo Penitenciário da Mata Escura, na capital da Bahia .

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O mestre de capoeira, que chamava Romualdo Rosário a Costa, era também compositor, percussionista, artesão e educador. Naturalizado brasileiro, Moa do Katendê era descendente de judeus italianos e nascido nos Estados Unidos. Sua morte ainda mobilizou diversas homenagens em todo o Brasil, inclusive por personalidades como Gilberto Gil, Caetano e Roger Waters.

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