Criminosos prometiam hospedagem, procedimentos cirúrgicos e alimentação a jovens transexuais
Divulgação/Polícia Federal
Criminosos prometiam hospedagem, procedimentos cirúrgicos e alimentação a jovens transexuais

Dez mandados de prisão preventiva estão sendo cumpridos em uma operação que investiga esquema de exploração sexual, trabalho escravo e tráfico de transexuais em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. A Operação Cinderela foi deflagrada pelo Ministério Público Federal (MPF), pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) na manhã desta quarta-feira (13).

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Segundo a PF, a investigação teve início a partir da denúncia de duas vítimas que conseguiram fugir do lugar onde eram mantidas. Jovens transexuais das regiões Norte e Nordeste, principalmente, eram encaminhadas ao interior paulista para se prostituírem sob promessas de transformação corporal, oferta de emprego, alimentação e hospedagem.

As vítimas ainda relataram que as jovens já chegavam à cidade endividadas com os aliciadores e, caso não conseguissem pagar as dívidas ou não respeitassem as regras impostas, elas eram julgadas em um “tribunal do crime” e obrigadas a usar drogas, além de sofrerem castigos físicos, realizados com um pedaço de madeiras com prego, exploração sexual , receberem multas e até serem mortas.

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Segundo os depoimentos, as vítimas eram obrigadas a atuar no mercado do sexo da região, onde havia uma divisão territorial de atuação de cada aliciador, em troca de procedimentos cirúrgicos ilegais e aplicação de silicone industrial.

A 5ª Vara Federal de Ribeirão Preto determinou a prisão preventiva de 10 pessoas e 18 mandados de busca e apreensão. Na operação realizada nesta manhã, 90 agentes da Polícia Federal estiveram nas ruas em diversas regiões da cidade, como nos bairros Salgado Filho e Quintino Facci 1, na zona norte.

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Um dos alvos da investigação já estava preso em razão de outro processo criminal e é investigado por dois homicídios e o desaparecimento de três transexuais . Os denunciados responderão por tráfico de pessoas, redução à condição análoga à de escravo, exercício ilegal da medicina, rufianismo (lucro por meio da exploração de prostituição alheia) e organização criminosa. As penas podem ultrapassar 34 anos de prisão.

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