Assassinato de Marielle Franco segue sem grandes esclarecimentos
Mário Vasconcellos/Câmara Municipal do Rio de Janeiro
Assassinato de Marielle Franco segue sem grandes esclarecimentos

A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga possível envolvimento de mais um chefe de milícia com o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes – crime ocorrido há quase um ano, em 14 de março de 2018 , e que ainda não foi elucidado. A informação consta de documento judicial revelado pelo portal Uol .

A Delegacia de Homicídios, responsável por investigar a morte de Marielle Franco , voltou as atenções para o policial civil Rafael Luz Souza, conhecido como Pulgão, que é apontado como chefe de uma milícia que atua na zona oeste do Rio de Janeiro. De acordo com o setor de Inteligência da polícia fluminense, Rafael é "portador privilegiado de várias informações acerca de vários crimes de homicídios".

Preso desde julho do ano passado, Pulgão é ex-integrante do grupo de extermínio "Escritório do Crime", que é chefiado pelo ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega (que também comanda a milícia Rio das Pedras). A atuação da milícia  do capitão Adriano é tida como a linha principal das investigações acerca da morte de Marielle.

Pulgão foi interrogado em dezembro do ano passado a respeito de diversos assassinatos (incluindo o da vereadora do PSOL) e de sua relação com o capitão Adriano (que está foragido). Segundo o Uol , o miliciano optou por ficar em silêncio durante o interrogatório. 

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A defesa de Pulgão recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso ao teor dos inquéritos policiais sore os quais o miliciano estava sendo questionado. Os advogados de Rafael Luz argumentaram que "é direito do investigado que seu defensor tenha acesso a quaisquer autos, não importando serem ações cautelares conclusas ou inconclusas, sob segredo de justiça ou não", mas o pedido foi rechaçado pelo relator, ministro Ricardo Lewandowski.

"A concessão de liminar se dá de forma excepcional, nas hipóteses em que se demonstre, de modo inequívoco, dada a natureza do próprio pedido, a presença dos requisitos autorizadores da medida. Em um primeiro exame, tenho por ausentes tais requisitos", apontou o ministro em despacho assinado no dia 13 do mês passado.

Marielle e Anderson foram assassinados no cruzamento das ruas Joaquim Palhares, Estácio de Sá e João Paulo I, a pouco mais de um quilômetro da casa da vereadora. Um carro emparelhou com o veículo onde estavam e vários tiros foram disparados contra o banco de trás, justamente onde se sentava Marielle.

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Treze atingiram o carro, sendo que quatro disparos atingiram a cabeça da parlamentar e três chegaram até a frente do carro e perfuraram as costas do motorista. Os dois morreram ainda no local. A única sobrevivente foi uma assessora de  Marielle Franco . O carro ou os carros usados no crime deixaram o local, sem que os autores do homicídio pudessem ser identificados, pois as câmeras de trânsito que existem na região estavam desligadas.

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