Charge do cartunista Carlos Latuff sobre o resgate em Brumadinho
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Charge do cartunista Carlos Latuff sobre o resgate em Brumadinho

É lamentável que o senhor Carlos Latuff use a catástrofe de Brumadinho para expressar suas posições politicas, de forma tão grosseira e agressiva, desrespeitando as dezenas de vítimas fatais, seus familiares e os sobreviventes.

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Num grotesco desenho, sobre Brumadinho,  ele ataca o Presidente Bolsonaro e a força tarefa humanitária que Israel enviou ao Brasil, para ajudar as autoridades brasileiras a localizar possíveis sobreviventes, e encontrar e devolver os corpos das vitimas fatais para suas famílias.

Israel possui tradição em oferecer resposta imediata de ajuda humanitária em zonas de desastres, em qualquer lugar do mundo. As centenas de profissionais altamente treinados, e com equipamentos especializados, já atuaram nos Estados Unidos, Ásia, África, Europa, Iraque, Siria e na Faixa de Gaza. Os detalhes dessas centenas de operações humanitárias de Israel são facilmente encontradas no Google.

O referido desenhista é totalmente livre para usar a morte de dezenas de brasileiros para expressar suas opniões e defender seus pontos de vista. A liberdade de expressão garante esse direito.

Mas, ao retratar de forma cômica um momento de comoção nacional para tentar criar uma conexão entre essa dor e suas posições políticas, o desenhesista enfraquece, e muito, a causa que defende. 

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Em seu perfil oficial, o cartunista tenta justificar a imagem ofensiva e diz que ajuda é demagoga. "Militares de #Israel foram requisitados de forma demagógica por Bolsonaro . Nossos bombeiros são capacitados para operações de resgate. Exército de Israel oprime e massacra palestinos. Querem salvar vidas no Brasil enquanto eliminam as palestinas em seu próprio quintal? Hipócritas!", disse.

Em outra postagem, Latuff diz: "De acordo com a organização de direitos humanos israelense B'Tselem בצלם militares de #Israel assassinaram 3.379 palestinos, entre 19 de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2018. E ainda tem gente pra me falar em "ajuda humanitária" vinda de militares israelenses? Canalhas!".

De extremo mau gosto, a charge teve grande repercursão negativa nas redes sociais. Marcos L. Susskind, um brasileiro que mora em Israel, mostrou sua indignação com o seguinte post numa rede social:

"Sr. Carlos Latuff
Sua caricatura faz jus ao grupo que o Sr. defende. A sua total e absoluta falta de humanidade expressa nesta nojenta caricatura mostra desdém pela vida.

Há no meio da lama talvez quem ainda possa ser salvo e dezenas ou centenas que merecem um enterro digno e um último momento com a família. Mas seu fanatismo, sua descompostura moral, seu antissemitismo enraizado não consegue enxergar bondade.

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Sua única preocupação é a destruição da fé, da bondade, da empatia. Se seus correligionários Palestinos estivessem chegando, não viriam para resgate ou ação humanitária. Não há nenhum registro histórico de ajuda prestada pelos Palestinos uma vez que a meta dos que você defende é a destruição, o assassinato, a explosão em vagões de metrô e em discotecas, a morte, a dor e nada mais.

Este grupo de Israel que acaba de chegar ao Brasil é considerado a melhor força de resgate do mundo. Atuaram nas Filipinas e na Tailândia, no Haiti e no México, na Turquia e em Uganda, sempre trazendo vida, ao contrário dos seus "amiguinhos" palestinos que só são lembrados pelas chacinas em Paris e Bruxelas, em Londres e Madrid, em Nice e Tel Aviv, na Chexenia e na Índia. Sr. Latuff, o Sr. pode continuar com suas crenças racistas, assassinas e retrógradas porém, em respeito aos mortos e seus familiares, é hora de calar seu ódio. Profundamente indignado e enojado, deixo meu repúdio à sua vergonhosa charge", termina Marcelo Susskind sobre a tragédia e o resgate com ajuda de Israel em Brumadinho .

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