PF pede prazo maior para investigar quem financia a defesa de Adélio Bispo

Adélio é o autor da facada em Bolsonaro durante ato de campanha em Juiz de Fora; advogado afirma que nome de quem financiou a defesa é sigiloso

Adélio Bispo confessou ter dado a facada em Bolsonaro à Polícia Federal
Foto: POLÍCIA MILITAR / DIVULGAÇÃO
Adélio Bispo confessou ter dado a facada em Bolsonaro à Polícia Federal

A Polícia Federal de Minas Gerais pediu mais 90 dias de prazo para concluir o inquérito que investiga quem financiou a defesa de Adélio Bispo de Oliveira, que confessou ter dado a facada no hoje presidente Jair Bolsonaro (PSL) durante evento de campanha em Juiz de Fora.

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Adélio Bispo foi acusado de prática de atentado pessoal por inconformismo político, crime previsto na Lei de Segurança Nacional. Inicialmente, a Polícia Federal concluiu que ele agiu sozinho e que a motivação foi "indubitavelmente política", mas agora investiga quem está pagando seu advogado de defesa.

No dia 21 de dezembro, a polícia ainda cumpriu dois  mandados de busca e apreensão na casa do advogado de Adélio , Zanone Manuel de Oliveira Junior. Na época, Zanone afirmou que o nome de quem o contratou para fazer a defesa é sigiloso. 

O diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, disse que o objetivo da operação é não deixar nenhuma dúvida e afirmou que a investigação sobre quem está financiando a defesa está próxima de ser encerrada.

Além disso, foi aberto um segundo inquérito para investigar a  “participação de terceiros ou de grupos criminosos” no atentado ao político fora do local do crime. Ao receber a denúncia, o juiz considerou que o agressor cometeu "grave e inegável lesão ao regime democrático" ao "tentar impedir" que os eleitores identificados com Bolsonaro fizessem valer seus votos. 

"Não há dúvidas de que o atentado pessoal do qual o candidato Jair Bolsonaro foi vítima efetivamente provocou irreparável desequilíbrio no processo eleitoral democrático brasileiro, não somente por afastar das campanhas de rua e debates eleitorais o candidato líder em pesquisas de intenção de voto, mas também por estremecer a garantia do princípio democrático da liberdade de consciência e escolha", escreveu o juiz.

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Adélio deu a facada em Bolsonaro quando o então candidato participava de um ato de campanha em Juiz de Fora. Ele foi preso em flagrante e confessou a autoria do crime. A facada causou lesões no intestino do presidente, que teve que passar por cirurgias em Juiz de Fora e em São Paulo. Um novo procedimento ainda será realizado para a retirada da bolsa de colostomia. O agressor foi detido pela Polícia Federal e está no presídio de segurança máxima de Campo Grande.