Agentes da Polícia Federal cumprem, na manhã desta sexta-feira (21), dois mandados de busca e apreensão, em Minas Gerais. O alvo das investigações é o advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, responsável pela defesa de Adelio Bispo – agressor que esfaqueou Jair Bolsonaro (PSL), em semtembro, quando o presidente eleito ainda era candidato a presidente da República.
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Os mandados acontecem no escritório e em uma empresa do advogado de Adelio Bispo . De acordo com a PF, o objetivo da polícia, com a operação, é tentar identificar quem estaria por trás da defesa do autor do atentado ocorrido em Juiz de Fora, financiando o trabalho do advogado.
Desde o ataque, Adelio foi preso em flagrante e, atualmente, se encontra em uma penitenciária federal em Campo Grande (MS). No início de outubro, o juiz federal Bruno Savino, da 3ª Vara de Juiz de Fora (MG), recebeu denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) e tornou o agressor de Bolsonaro réu por "atentado pessoal por inconformismo político" contra o então candidato à Presidência.
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O primeiro inquérito da PF concluiu que Adelio agiu sozinho no dia 6 de setembro, quando esfaqueou Bolsonaro
. Segundo as investigações a motivação do agressor “foi indubitavelmente política”. Porém, não se sabe ainda quem estaria por trás da sua defesa.
A partir de então, um segundo inquérito , em andamento, foi aberto para dar continuidade às apurações. O objetivo deste era comprovar a “participação de terceiros ou grupos criminosos” no atentado ao político. Após a facada em Bolsonaro , o agora presidente eleito foi submetido a duas cirurgias por conta do golpe sofrido no abdômen e ficou internado por 23 dias.
Ao receber a denúncia, o juiz Savino considerou que o agressor cometeu "grave e inegável lesão ao regime democrático" ao "tentar impedir" que os eleitores identificados com Bolsonaro fizessem valer seus votos.
"Não há dúvidas de que o atentado pessoal do qual o candidato Jair Bolsonaro foi vítima efetivamente provocou irreparável desequilíbrio no processo eleitoral democrático brasileiro, não somente por afastar das campanhas de rua e debates eleitorais o candidato líder em pesquisas de intenção de voto, mas também por estremecer a garantia do princípio democrático da liberdade de consciência e escolha", escreveu o juiz.
O magistrado destaca ainda que Adelio Bispo disse, logo após ser preso em flagrante, que agiu por "duas motivações": "uma de ordem religiosa e outra de ordem política". "A respeito dessa última, disse que 'defende a ideologia de esquerda, enquanto o candidato Jair Bolsonaro defende ideologia diametralmente oposta, ou seja, de extrema direita'", relatou o juiz.