Um helicóptero da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) caiu por volta das 8h55 da manhã desta segunda-feira (14) no Canal do Cunha, que dá acesso à Baía de Guanabara, na altura da Favela da Maré, próximo também à interligação da Linha Vermelha com a Avenida Brigadeiro Trompowski, na Ilha do Governador na Zona Norte do Rio de Janeiro. Quatro pessoas estavam a bordo da aeronave e três foram resgatadas com vida, mas um morreu.
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Por enquanto, a vítima foi indentificada como sendo o sargento Felipe Marques de Queiroz, 37 anos. Ele ficou preso nas ferragens, submerso, durante 15 minutos, antes de ser resgatado e passar por massagem cardíaca no local. Na sequência foi transferido num outro helicóptero da PM para o Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), no bairro do Estádio, mas não resistiu e teve sua morte confirmada por volta das 11h. Ele estava há 14 anos na PM e tinha três filhos.
Mais cedo, a porta-voz da Polícia Militar, Claudia Morais, confirmou que o helicóptero acidentado pertence ao Grupamento Aeromóvel (GAM) da corporação e também que o quadro de saúde de um dos tripulantes "inspirava cuidados". Os demais estão fora de risco.
Pelo menos quatro embarcações da Capitania dos Portos, da própria Polícia Militar e também civis foram utilizadas no resgate. Bombeiros do quartel da Ilha do Fundão foram acionados às 8h55 para prestar atendimento às vítimas da ocorrência e uma faixa da Linha Vermelha , no sentido Centro, chegou a ser interditada para facilitar o resgate e o trânsito no local era intenso. Às 11h, a via ainda não tinha sido liberada.
Além destes, bombeiros do quartel da Ilha do Governador, do Grupamento de Operações Aéreas e do Grupamento Marítimo de Botafogo também auxiliaram no resgate.
Segundo os bombeiros, duas vítimas foram resgatadas de barco, antes de serem atendidas e socorridas pela ambulância e uma terceira vítima conseguiu sair do canal a nado com a ajuda de outras pessoas.
Já o quarto tripulante só conseguiu ser resgatado com a ajuda de outro helicóptero da PM . Às 10h, ainda era possível ver esse tripulante passando por atendimento médico e massagem cardíaca, enquanto outro, que já tinha passado pelo atendimento, apenas aguardava a transferência.
O entrevista coletiva, a Polícia Militar identificou os outros três tripulante, sendo eles: o major Alves, o major Albuquerque e o sargento Morais. O primeiro seria o piloto e teve uma lesão no fêmur. O segundo, teve uma fratura na tíbia e o terceiro apenas uma lesão na boca. A PM também informou que não há nenhum relato de disparo de arma de fogo contra a aeronave, mas que nenhuma hipótese será descartada até que as investigações sejam concluídas.
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A aeronave que caiu é a Fênix 08 da PMERJ e, de acordo com o registro da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), trata-se de um helicópeto modelo esquilo AS 350 BA, fabricado em 1998 pela Helibras. A Anac ainda informa que a aeronave pode carregar cinco pessoas desde que o peso máximo de decolagem não ultrapasse as 2,1 toneladas. O veículo conta com um motor turboeixo.
O Certificado de Aeronavegabilidade - documento que comprova que uma aeronave está com sua condição de aeronavegabilidade validamente verificada - vai até 15 de janeiro de 2022.
O GAM possui uma frota de sete helicópteros, sendo quatro do tipo esquilo que sofreu o acidente nesta segunda-feira (14). As aeronaves são equipadas com guincho de salvamento, gancho de carga, assentos de tropa, rádio policial tático, imageador térmico, gravador de imagens, console tático de missão e de transmissão de imagens em tempo real, alto-falantes e capacetes com óculos de visão noturna.
Em nota, a Secretaria da Polícia Militar informou que a Fênix 08 sobrevoava a região reforçando o patrulhamento na Linha Vermelha que vem registrando seguidos casos de arrastões e que "durante o monitoramento aéreo da via, houve necessidade de fazer um pouso forçado na água", disse.
Ainda não há informações sobre o que provocou a queda do helicóptero da Polícia Militar na região próxima à Praia de Ramos e à Ilha do Fundão, uma importante saída do Rio de Janeiro, já que faz a conexão com o bairro Galeão, onde fica o Aeroporto Internacional Tom Jobim, e com a via Dutra que liga o Rio de Janeiro à São Paulo.
O acidente com o helicópeto da PM será apurado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA). Por volta das 11h30, embarcações, motos aquáticas e mergulhadores já estavam no local para começar a investigação das causas do acidente. A hipótese mais provável até agora é de que a aeronave teve uma pane elétrica e o piloto tentou fazer um pouso forçado na água, mas acabou perdendo o controle da aeronave e caiu.
Até agora, o Cenipa já informou que investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III) iniciaram a apuração do acidente e que nesse primeiro momento, as equipes fotografam cenas, retiram partes da aeronave para análise, reúnem documentos e ouvem relatos de pessoas que possam ter observado a sequência de eventos.
A investigação tem por objetivo prevenir que novos acidentes com as mesmas características ocorram. Em nota, o órgão — ligado à Aeronáutica — informou que "a conclusão de qualquer investigação conduzida pelo Cenipa terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade do acidente".
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O Centro de Criminalística da Polícia Militar também acompanhará a apuração.