Jair Bolsonaro defendeu a tipificação de ataques no Ceará como terrorismo
Marcos Corrêa/PR - 11.1.19
Jair Bolsonaro defendeu a tipificação de ataques no Ceará como terrorismo

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) usou as redes sociais para defender que as ações criminosas que  têm se repetido a 11 dias em cidades do Ceará sejam classificadas como terrorismo.

Bolsonaro citou a série de crimes no estado para cobrar a aprovação do projeto que amplia a Lei Antiterrorismo e  atualmente se encontra estacionado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

"Ao criminoso não interessa o partido desse ou daquele governador. Hoje ele age no Ceará, amanhã em SP, RS ou GO. - Suas ações, como incendiar, explodir, ... bens públicos ou privados, devem ser tipificados como TERRORISMO . - O PLS 272/2016 do Sen Lasier Martins é louvável", escreveu o presidente.

O projeto citado pelo presidente propõe alterações na lei sancionada em 2016, como a inclusão na definição desse crime atos para “coagir o governo” a “fazer ou deixar de fazer alguma coisa, por motivação política, ideológica ou social”.

Críticos do projeto, como movimentos sociais, alegam que a redação proposta torna possível nova interpretação sobre manifestações populares, permitindo que ativistas sejam  criminalizados por terrorismo.

Quanto aos movimentos sociais, Bolsonaro também traçou paralelo entre organizações criminosas e grupos como o Movimento dos Sem-Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). O presidente citou a ação criminosa ocorrida na madrugada deste sábado (12) no município de Maracanaú, onde bandidos derrubaram uma torre de transmissão de energia.

"Ano passado (em pré-campanha) constatei que algumas torres de transmissão de energia, no estado do Pará, continham em média 200 pneus. O MST ameaçava tocar fogo caso fizessem reintegração de posse naquelas áreas. PCC, CV, .... CASO SE UNAM AO MST, MTST, ..... ??????", escreveu o presidente.

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Os ataques no Ceará  se repetem há 11 dias e já foram registradas ações criminosas em ao menos 43 cidades do estado. Nesse período, o governo estadual transferiu dezenas de presos suspeitos de arquitetarem os crimes e também houve a detenção de cerca de 330 pessoas.

O governo Bolsonaro também interveio na questão, enviando, por autorização do ministro Sérgio Moro, equipes da Força Nacional para reforçar a segurança na região metropolitana de Fortaleza. Na tarde deste sábado, os deputados estaduais cearenses se reúnem para tentar a aprovação de um pacote de medidas para conter os ataques. Entre as propostas estão a convocação de policiais da reserva, o pagamento de hora extra para os agentes de segurança e a criação de uma lei da recompensa para pagar a quem denunciar envolvidos com os crimes.

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