O médium João de Deus passou mal na manhã desta quarta-feira (2) no Núcleo de Custódia, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana da capital, onde está preso por denúncias de abuso sexual . De acordo com a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), ele foi socorrido e encaminhado para um hospital, onde foi constatada uma infecção urinária.
O órgão afirmou que João de Deus teria reclamado de fortes dores na região abdominal, tonturas e ter sangramento no pênis e nas fezes. Diante da situação, a equipe médica achou por bem encaminhá-lo a uma unidade de saúde para a realização de exames. Segundo a DGAP, tudo aconteceu logo após o almoço. Na refeição, o médium comeu “o de sempre: arroz, feijão e carne”, conforme a Diretoria.
Um dos advogados do líder espiritual em Goiânia, Alex Neder disse que o médium começou a passar mal na última quarta-feira. “A situação dele, antes da prisão, já era diferenciada e preocupante. Com a prisão, a saúde dele se agravou”, raclamou Neder afirmando que a unidade prisional não tem infraestrutura adequada para atendimento em saúde.
No último dia 28, o Ministério Público de Goiás protocolou a primeira denúncia contra o médium, acusado de praticar abusos sexuais durante procedimentos espirituais na Casa Ignácio de Loyola, em Abadiãnia, no interior de Goiás .
O médium foi denunciado por violação sexual e estupro de vulnerável. A deúncia se baseia no depoimento de 12 diferentes mulheres que, segundo o MP, fizeram os relatos á Justiça em tempo habil para que uma denúncia fosse formulada contra o líder espiritual.
O médium está preso desde o dia 16 de dezembro. Ao todo, 79 mulheres já foram ouvidas pelo Ministério Público e já são mais de 600 notificações sobre abusos sexuais por parte do líder espiritual.
Também em dezembro, o juiz Wilson Safatle Faiad, responsável pelo plantão no Tribunal de Justiça de Goiás, decidiu pela substituição de uma das prisões preventivas contra o médium por prisão domiciliar , no caso de posse ilegal de armas. O pedido foi feito pela defesa um dia após a decisão, quando o líder espiritual já estava preso.
O juiz estabeleceu uma série de condições para a concessão da prisão domiciliar, como pagamento de fiança de R$ 1 milhão, monitoração eletrônica, recolhimento do passaporte e desde que não esteja preso por outro motivo. Apesar da decisão, João continua preso por causa das acusações de crimes sexuais . Ele nega as acusações .
João Teixeira de Faria, o João de Deus , é suspeito de ter praticado crimes de estupro, estupro de vulnerável (quando cometido contra menor de 14 anos ou quem esteja em situação de vulnerabilidade) e violação sexual mediante fraude. A Força-Tarefa também pretende investigar uma denúncia de lavagem de dinheiro contra o líder espiritual .