MP de Goiás considera João de Deus como foragido
Divulgação/Casa Dom Inácio de Loyola
MP de Goiás considera João de Deus como foragido


João de Deus passou a ser considerado foragido na tarde deste sábado (15), de acordo com informações do Ministério Público de Goiás (MPGO), responsável pelo caso. A informação foi divulgada em uma nota no site do MPGO.

Segundo a publicação, a decisão de considerar João de Deus como foragido foi tomada após diversas tentativas sem sucesso de encontrar o médium em algum de seus endereços. Outro motivo foi o não comparecimento de João à polícia nas 24h depois da ordem de prisão.

"João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, passou a ser considerado foragido, pois as diligências de localização em todos os seus endereços resultaram negativas e o comparecimento espontâneo não ocorreu nas 24 horas seguintes à ordem de prisão", afirma a nota.

O MPGO também disse que, a partir de agora, o médium poderá ser preso por qualquer policial, brasileiro ou estrangeiro. "Assim, poderá ser preso por qualquer autoridade policial brasileira ou estrangeira, com auxílio da Interpol, caso saia do país".

Também neste sábado (15),  o advogado que representa João de Deus, Alberto Toron, disse que as autoridades " podem ter certeza" que seu cliente irá se apresentará "espontaneamente" à Justiça, mas não confirmou o local onde isso ocorrerá. Ele também havia adiantado que o médium talvez não se entregasse "dentro do prazo" estipulado pelo delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, André Fernandes que era às 14h de hoje.

A prisão preventiva de João de Deus foi decretada ainda na manhã de sexta-feira (14) após a Justiça aceitar o pedido do Ministério Público de Goiás que já havia recebeu mais de 330 denúncias de mulheres que se dizem vítimas de abuso sexual por parte do líder espiritual João Teixeira de Faria, o João de Deus. Os relatos chegaram de pessoas de  seis países diferentes, além de 13 estados do Brasil e do Distrito Federal.

Defesa de João de Deus está preocupada com prisão e negociando termos

João de Deus recebeu mandato de prisão preventiva, mas não se apresentou após 24h
Cesar Itiberê/ Fotos Públicas
João de Deus recebeu mandato de prisão preventiva, mas não se apresentou após 24h


Outro advogado que trabalha na defesa de João de Deus, Thales José Jayme Machado, afirmou ontem que "é preciso que João se apresente, independente do resultado da liminar. Mas também temos que zelar pela integridade física dele."

A liminar, citada pelo advogado, diz respeito a uma decisão da justiça a respeito do pedido de habeas corpus (liberdade provisória) protocolado pela defesa contra a decisão que é considerada "ilegal e injusta" pelos advogados de defesa. "A impetração do habeas corpus não exclui a apresentação do senhor João de Deus",  afirmou o outro defensor, Alberto Toron.

O  advogado havia classificado a prisão preventiva como "assombrosa" por ter sido decretada antes mesmo que eles tivessem direito de acessar o caso. “Que a autoridade judiciária queira impor a [prisão] preventiva é compreensível, embora possamos discordar, mas negar acesso aos autos, chega a ser assombroso”, afirmaram no início da tarde de sexta-feira (12) alegando que ainda não receberam o número da ação e que não tiveram acesso aos depoimentos prestados por parte das centenas de mulheres que afirmaram ser vítimas de abusos sexuais cometidos pelo médium ao longo dos anos.

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Mais tarde, a defesa disse que “só agora tive acesso à decisão do juiz que impôs a prisão preventiva contra o sr.  João de Deus . Observo que apenas alguns depoimentos, de poucas vítimas, acompanham o pedido de prisão preventiva, ainda assim, sem os seus nomes". O homem foi acusado de ter praticado abuso sexual contra pelo menos 335 mulheres, incluindo duas filhas. O mandato de prisão está inserido Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).


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