Segundo relato dos vigilantes, fogo no Museu Nacional do Rio de Janeiro teria começado de cima para baixo
Tânia Rêgo/ABr
Segundo relato dos vigilantes, fogo no Museu Nacional do Rio de Janeiro teria começado de cima para baixo

O presidente da França, Emmanuel Macron, ofereceu ajuda após a destruição do Museu Nacional do Rio de Janeiro. A mais antiga instituição científica do Brasil, com mais de 20 milhões de itens e em funcionamento há 200 anos, foi alvo de um incêndio na noite desse domingo (2).

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“O incêndio do museu no Rio de Janeiro é uma tragédia. Grandes histórias e memória viraram cinzas. A França colocará seus especialistas a serviço do povo brasileiro para ajudar na reconstrução”, publicou o líder francês em sua conta do Twitter, horas após o incêndio no Museu Nacional .

Em comunicado à embaixada brasileira na França, a Ministra da Cultura, Françoise Nyssen, afirmou que "todo o conhecimento dos agentes do ministério na gestão de coleções e arquivos, museografia e conservação estão disponíveis para ajudar na reconstrução do prédio."

A ministra ainda explicou que as equipes dos museus franceses estão à disposição das equipes brasileiras, “em coordenação com os serviços da Embaixada da França no Brasil”. Além disso, Nyssen enfatizou que o incêndio é um desastre tanto para o Brasil quanto para os pesquisadores de todo o mundo, tendo em vista a importância do acervo para compreender a “diversidade cultural e natural” do Brasil.

"Todos os arquivos científicos foram destruídos, sendo alguns de interesse patrimonial e científico de grande importância, como o fóssil de Luzia, o mais antigo hominídeo (11.500 a 13 mil anos atrás) descoberto no Brasil, em 1974, graças a uma equipe franco-brasileira”, detalhou a nota.

Problemas no Museu Nacional citados desde 2004

Museu Nacional amanheceu completamente destruído após o incêndio no domingo (2)
Divulgação
Museu Nacional amanheceu completamente destruído após o incêndio no domingo (2)

Com grande parte de seu acervo comprometido pelo incêndio, o Museu da Quinta da Boa Vista já havia sido alvo de preocupações quanto à sua entrutura.  O alerta foi feito em 2004 pelo então secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo, Wagner Victer, e se tornou profecia 14 anos depois, quando efetivamente o prédio de 200 anos foi destruído pelo fogo.

O alerta foi feito por Victer após constatar várias irregularidades durante visita ao Museu, que até ontem era a maior instituição de história natural da América Latina. Conforme reportado pela  Agência Brasil  à época, o então secretário disse ter ficado impressionado com a situação das instalações elétricas em "estado deplorável".

O diretor do museu em 2004, Sérgio Alex Azevedo, disse na ocasião que a situação elétrica do prédio de nove mil metros quadrados realmente era precária, situação que vinha desde a década de 1960 e que foi agravada por causa do "descaso" e da "demora de liberação de verbas".

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Sérgio Alex disse que, em dezembro de 2003, foi feita vistoria que constatou que as instalações elétricas do Museu Nacional  são inadequadas e que era urgente à implantação de um sistema de combate a incêndio. O laudo, de acordo com o então diretor, foi encaminhado aos Ministérios da Educação, da Cultura e de Ciência e Tecnologia, que prometeram verba de R$ 40 milhões para reforma no prédio – que não aconteceu.

*Com informações da Agência Ansa e da Agência Brasil

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