A intervenção federal no Rio de Janeiro
perdeu apoio popular nos últimos cinco meses, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira (22) pelo Datafolha. De acordo com o levantamento, realizado apenas entre moradores da capital fluminense, aqueles que se dizem favoráveis à presença de patrulhas do Exército na cidade hoje representam 66% da população. Em março, esse índice era de 76%.
Já a parcela dos cariocas que se dizem contrários à intervenção federal
subiu de 20% para 27% nesse mesmo período. Apesar de o apoio à presença dos militares do Exército na cidade ainda ser majoritário entre os moradores do Rio, 59% dos entrevistados disseram acreditar que essa medida não tornou o Rio menos violento.
De acordo com o Datafolha, desde que o instituto começou a fazer pesquisas sobre o tema, em outubro, houve queda de 17 pontos percentuais no apoio dos moradores do Rio de Janeiro em relação à iniciativa do governo fluminense em recorrer às forças federais para controlar a violência na cidade. Naquele momento, a parcela da população que apoiava a medida chegava a 83%.
Intervenção federal iniciou em fevereiro, mas Exército está há mais tempo no Rio
A intervenção decretada pelo governo Michel Temer (MDB) tira do Estado a ingerência sobre a segurança pública e dá às Forças Armadas o poder de polícia (e subordina os policiais civis e militares ao comando do Exército). A estratégia tem vigência até o fim deste ano, podendo ser renovada , e está sendo coordenada pelo general Braga Netto.
A presença do Exército no Rio de Janeiro já se estende há mais de um ano por conta da implantação da operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na cidade. Já a intervenção federal foi adotada oficialmente no Rio em fevereiro. Nesta semana, morreram os três primeiros militares em confrontos com criminosos. A terceira morte refere-se a um soldado baleado em tiroteio no início da semana no Complexo do Alemão e foi confirmada nesta quarta-feira (22) pelo Comando Militar do Leste (CML).