Os primeiros 60 agentes do reforço de 120 homens da Força Nacional anunciado pelo governo federal para conter a crise com imigrantes venezuelanos em Roraima chegam ao estado nesta segunda-feira (20), segundo informou o Ministério da Segurança Pública. Ainda não há data prevista para o envio dos outros 60 militares.
O envio dos homens da Força Nacional foi definido nesse domingo em reunião realizada entre o presidente Michel Temer (MDB) e ministros após a tensão decorrente da presença de grande contingente de venezuelanos em Roraima se intensificar nesse fim de semana.
No sábado (18), moradores do município de Pacaraima atacaram um acampamento de refugiados usando armas, paus e bombas caseiras. O ato foi uma reação ao assalto e agressões sofridos por um comerciante local, que supostamente teriam sido praticados por venezuelanos.
Mais de 1.200 refugiados que estavam na cidade cruzaram de volta a fronteira após o episódio , com medo de serem vítimas da violência dos moradores. O balanço foi divulgado pela Operação Acolhida, força-tarefa que atua em Roraima no apoio aos imigrantes venezuelanos .
Voluntários da saúde vão se somar a reforço da Força Nacional
Além do reforço na segurança, o governo federal também promete enviar, até o próximo domingo (26), 36 voluntários da área da saúde para atuar em parceria com hospitais universitários no atendimento aos imigrantes.
As medidas anunciadas pela gestão Temer visam controlar os ânimos na fronteira e também reagir às cobranças dos governos de Roraima e da Venezuela. A governadora roraimense, Suely Campos (PP) voltou a sugerir o fechamento da fronteira e cobrar que a União "assuma suas responsabilidades". Já o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela expediu nota pedindo que o governo brasileiro tome medidas para garantir a proteção de seus cidadãos.
Em nota, o Planalto garantiu que o Itamaraty está em contato com as autoridades venezuelanas e destacou que, além de enviar a Força Nacional a Roraima, o governo federal ainda pode usar as Forças Armadas para empregar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no estado. "Por força de Lei, tal iniciativa depende da solicitação expressa da senhora governadora", acrescenta o texto, repassando parte da responsabilidade à Suely Campos, que é candidata à reeleição em Roraima.