Juiz determinou que Crivella “pare de usar a máquina pública para interesses pessoas ou de grupos religiosos
Tânia Rêgo/Agência Brasil
Juiz determinou que Crivella “pare de usar a máquina pública para interesses pessoas ou de grupos religiosos"

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), defendeu, por meio de nota divulgada nesta terça-feira (17), que o Judiciário foi “induzida ao erro” pela imprensa, que teria feito “colocações distorcidas, fora de contexto, incentivando e propagando um sentimento de intolerância religiosa”. O comunicado é divulgado um dia depois de Crivella  ser repreendido pela Justiça por usar a máquina pública para interesse próprio e de grupo religioso da Igreja Universal.

Nesta segunda-feira (16), o juiz Rafael Cavalcanti Cruz, da 7ª Vara da Fazenda Pública da Capital, determinou que Marcelo Crivella “pare de usar a máquina pública para interesses pessoas ou de grupos religiosos”, impondo diversas regras que o prefeito do Rio de Janeiro deverá seguir a partir de agora, inclusive correndo o risco de ser afastado do cargo em caso de desobediência.

A nota divulgada pela prefeitura hoje as medidas anunciadas pela Justiça “não guardam correlação com a atuação da administração municipal, que tem primado pela inclusão e pelo aumento de oportunidades para todos”. Na mensagem, ainda é colocada a preocupação em torno do possível afastamento de Crivella do cargo, uma vez que “foi eleito democraticamente”.

“Um prefeito democraticamente eleito pelo voto popular não pode ser afastado de suas funções de forma preventiva, salvo por decisão do Poder Legislativo ou no caso de haver prejuízo para a apuração, circunstância reconhecidamente inexistente até pela própria decisão”.

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Por fim, o comunicado do prefeito Marcelo Crivella ainda garante que será demonstrado que não foi realizada qualquer ação irregular ou que destoe do que é “usualmente praticado pelas administrações municipais anteriores”.

Marcelo Crivella flagrado oferecendo privilégios a pastores

A decisão do juiz Rafael Cavalcanti Cruz proferida ontem acontece depois de um áudio vazado revelar o prefeito do Rio oferecendo serviços públicos a pastores e líderes da Igreja Universal do Reino de Deus de maneira privilegiada, durante reunião secreta na semana passada. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, então, acusou Crivella, apontando diversas ações de sua gestão que “extrapolam o limite do razoável” e não respeitam o Estado laico .

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Marcelo Crivella teve o poder restringido pelo juiz, que traçou 12 "regras básicas" a serem seguidas pela prefeitura. O pastor licenciado pode ser afastado do cargo na prefeitura em caso de descumprimento, além de estar sujeito às penas de litigância de má-fé, sanção por ato atentatório à dignidade da Justiça, e ainda poderia ser responsabilizado pelo crime de desobediência.

*Com informações da Agência Brasil

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