Reunião na câmara do vereadores vise evitar conflito de interesse no impeachment de Crivella
Marcos Oliveira/Agência Senado - 26.5.2015
Reunião na câmara do vereadores vise evitar conflito de interesse no impeachment de Crivella

A Câmara de Vereadores do Município Rio de Janeiro decidiu nesta terça-feira (10) suspender o recesso parlamentar para analisar dois pedidos de impeachment do prefeito Marcelo Crivella . Os vereadores devem realizar uma sessão extraordinária sobre o impeachment de Crivella nesta quinta-feira (12).

De acordo com o vereador Reimont (PT), os oposicionistas conseguiram reunir as 17 assinaturas necessárias para suspensão do recesso legislativo, que começou no dia 4 deste mês, para que os dois pedidos de impeachment de Crivella possam ser analisadas pela Câmara.

Os pedidos citam improbidade administrativa de Crivella, por ter utilizado o Palácio da Cidade como local para uma reunião com lideranças evangélicas, no último dia 4 , com promessas de vantagens. O mesmo motivo suscitou também um pedido de investigação pelo Ministério Público (MP), feito por vereadores de oposição.

Na segunda-feira (9), em reunião com o presidente da casa, Jorge Felippe (MDB), nove vereadores pediram a suspensão do recesso, mas Felippe recomendou que se buscassem as assinaturas necessárias (um terço dos vereadores) para que a decisão não fosse discricionária.

Dúvidas sobre rito de impeachment de Crivella

Autor de um dos pedidos, o vereador Átila Nunes (MDB) disse que há divergências de entendimento sobre o trâmite de um possível processo de impeachment . “Algumas leis falam sobre isso [tramitação do impeachment], seja a lei federal, a Lei Orgânica do Município, o Regimento Interno. Tem algumas leis que são um pouquinho contraditórias, que podem dar margem a questionamentos na Justiça.”

Segundo o vereador, o entendimento predominante é que a decisão sobre o início do processo cabe ao presidente da Casa. “Há um entendimento, pelas consultas realizadas, de que, quando o presidente da Casa faz a leitura, não necessariamente está dando início ao processo. Consultar como? O entendimento é que isso é discricionário, cabe ao presidente aceitar, ou não."

Átila Nunes acrescentou que há advogados e outros vereadores discutindo isso. "Inclusive vereadores contrários a essa regra entendem assim. Poderia ter uma coleta de assinaturas grande, pelo menos maioria absoluta, mas não tem sido esse o entendimento.”

O vereador lembrou que o presidente da Câmara é o primeiro na linha sucessória do prefeito, já que a cidade está sem vice-prefeito desde o falecimento de Fernando Mac Dowell, em maio deste ano, e que, por isso, pode haver conflito de interesse no impeachment do prefeito.

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Reimont informou que, na sessão extraordinária de quinta-feira, serão avaliados os procedimentos que foram denunciados após o vazamento de um áudio em que o prefeito oferece vantagens a pastores e líderes evangélicos.

De acordo com Reimont, o presidente da Câmara deve colocar os pedidos de o impeachment de Crivella para apreciação dos vereadores e colocar o processo em votação. “Caso dois terços dos vereadores votem pela admissibilidade do processo, ou seja, 34 vereadores, o caso terá andamento”, explicou.

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