Uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro na comunidade Parada de Lucas e Vigário Geral, na zona norte do Rio de Janeiro, rendeu a maior apreensão de granadas em favelas nos últimos anos. Os policiais da Delegacia de Roubos e Furtos e Cargas encontraram um paiol com 48 granadas na favela.
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Segundo o delegado responsável pela ação, Delmir Gouveia, um trabalho de inteligência já havia identificado na região outro paiol, encontrado em maio, o que permitiu as apreensões das granadas na favela e de outros artefatos nesta terça-feira (3).
Delmir Gouveia informou que como as quadrilhas que controlam o tráfico de drogas também atuam no roubo de cargas, a delegacia especializada foi a responsável pela ação.
"O tráfico hoje está ligado diretamente ao roubo de carga", disse o delegado titular, que destacou que os criminosos costumam usar granadas para atacar veículos blindados das policiais civil e militar. "Granada é uma arma de guerra. Dependendo de onde atingir, a granada pode ferir quem está dentro do blindado".
Além dos explosivos, foram encontrados dois fuzis, carregadores e mais de 1,8 mil munições deste armamento.
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Apreensão das granadas na favela
Policiais do esquadrão anti-bombas deram apoio aos policiais para o manuseio dos explosivos, que serão encaminhados à Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), que fará um trabalho de rastreamento para descobrir a origem das granadas.
Nenhum suspeito foi preso durante a operação, que teve troca de tiros sem registro de feridos, de acordo com o delegado. Segundo Gouveia, quando os policiais se aproximaram do paiol foi necessário pedir ajuda à Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil (Core), porque os criminosos começaram a se agrupar para impedir a apreensão.
O paiol ficava dentro do forro da laje de uma casa em Vigário Geral . "Eles se valem de casas de moradores que foram expulsos, ou eles próprios constroem no local. Eles se aproveitam de espaços entre uma casa e outra ou coagem os moradores a permitir que usem sua residência", disse o delegado. Segundo ele, as granadas constituíam risco também para as pessoas do entorno, uma vez que a área é densamente habitada e os artefatos estavam amontoados em uma laje.
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O chefe do crime organizado na região, Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, deverá responder por tráfico de drogas, associação criminosa e porte de artefato explosivo, como as granadas na favela . Ele é considerado foragido e tem ao menos cinco mandados de prisão expedidos em seu nome.
* Com informações da Agência Brasil