O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), afirmou que a cidade já soma prejuízo entre
R$ 100 milhões e R$ 150 milhões em oito dias de paralisação dos caminhoneiros
. Covas atendeu uma coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (28) e se mostrou especialmente preocupado com a situação de escolas e hospitais da capital – uma vez que já são registradas faltas de professores e profissionais de saúde municipais.
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"Falo em nome da população da cidade de São Paulo
. Peço a todo o movimento grevista que volte a trabalhar. Acho que, nesse momento, o Brasil sabe da importância do trabalho dos caminhoneiros, sabemos o quão necessárias são as reinvindicações que fazem. Mas faço um apelo porque temos um problema grave de abastecimento. Só de perda de arrecadação na cidade, a secretaria da Fazenda estima que somente nessa semana já perdemos de R$ 100 milhões a R$ 150 milhões – que foram perdidos na educação, na saúde, no esporte, na cultura", apontou.
Covas ainda destacou que a prefeitura está acompanhando com especial cuidado a situação da saúde e da educação no município.
Sobre a situação da saúde, o prefeito diz que todas as cirurgias seletivas estão suspensas para que materiais sejam utilizados apenas naquelas de emergência. Também relatou, embora não tenha dado números, que já são registradas faltas de funcionários da saúde em UPAs, UBS, postos e hospitais municipais. Sobre isso, garantiu que a prefeitura "está monitorando a situação de perto" e que, inclusive, além de hospitais municipais, a prefeitura também acompanha a situação do atendimento privado.
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Já em relação às escolas municipais, o tucano afirma que a prefeitura tem monitorado o provimento de insumos e materiais para a merenda dos estudantes. De acordo com ele, para esta segunda-feira, há alimento suficiente. "Priorizamos o ensino de creches e o ensino infantil. Mas, para hoje, está garantido e trabalhamos para garantir a alimentação a partir desta terça-feira. Também estamos levantando insumos alimentares e gás de cozinha para que amanhã não falte".
Sobre o transporte escolar, ele destaca que são mais afetados os alunos de escolas privadas que de escolas municipais. "Inclusive, já não têm combustível para rodar", apontou. Covas se mostrou preocupado sobre a falta de professores, que já foi registrada pela prefeitura.
Transporte público em São Paulo
Sobre os ônibus e a frota municipal, o prefeito confirmou que rodaram 68% da frota na manhã de hoje. "Tivemos problemas apenas em 12 das 1.300 mil linhas da cidade. No pico da noite, no fim da tarde, também vamos operar com 68% e 70%, pois ainda há combustível para tanto". Ele ainda afirma ter combustível para o transporte amanhã na mesma quantia.
Covas ainda falou sobre a liberação dos três postos de combustível da prefeitura para uso de serviços básicos privados. Segundo ele, veículos da Eletropaulo e da Comgás estão abastecendo para atender a demanda de serviço. Também são monitorados os abastecimentos de supermercados, mercados, sacolões e redes de hortifruti.
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"Estamos monitorando, realizando ações para lidar com a situação que é fora do normal. Decretamos situação de emergência na semana passada, quer dizer, estamos fora da normalidade. Por exemplo, assim que solicitada, a prefeitura suspendeu a proibição de circulação de caminhões, estamos abertos ao diálogo para ajudar o governo do estado e o governo federal – que também têm atendido solicitações municipais", elucidou.
Questionado sobre a possibilidade de decretar feriado municipal, Covas diz que “é uma medida extrema” pelo impacto que tem no sistema financeiro e arrecadação. Desse modo, ainda não considera realizar tal medida em São Paulo
. “A ordem está garantida na cidade, ainda não é o momento de decretar feriado, estamos a todo momento monitorando para que, se preciso, tomemos medidas mais drásticas”.