Uma série de reuniões, encontros e discurso do governo e dos caminhoneiros grevistas foram realizados nos últimos dias. Muito foi dito e prometido, mas pouca coisa foi resolvida e paralisação segue pelas estradas do Brasil. Para buscar uma solução rápida, Exército e PM entraram em cena.

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Michel Temer chama o Exército para garantir a normalidade nas estradas do Brasil
Reprodução
Michel Temer chama o Exército para garantir a normalidade nas estradas do Brasil

No início da tarde desta sexta-feira (25), o presidente Michel Temer criticou uma "minoria radical" de caminhoneiros e afirmou que o governo teve "coragem" para dialogar com a categoria e agora "teria a coragem de exercer sua autoridade". Para provar sua autoridade, o Exército iria para as estradas para liberar as vias.

"Comunico que acionei as forças federais de segurança para desbloquear as estradas e estou solicitando aos senhores governadores que façam o mesmo. Nós não vamos permitir que a população fique sem os gêneros de primeira necessidade. Não vamos permitir que consumidores fiquem sem produtos. Não vamos permitir que hospitais fiquem sem os insumos para salvar vidas", bradou Temer.

De acordo com Ministério da Defesa, as Forças Armadas serão usadas em ações de reforço das Forças Policiais Federais e Estaduais. Em conjunto, elas iram garantir o acesso de caminhões tanque a refinarias e escoltar comboios com combustíveis.

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Após o grupo de grevistas não cumprir parte do acordo, os militares também vão atuar na distribuição de combustível em aeroportos, na retirada de grevistas de pontos críticos e na proteção de locais ligados ao abastecimento.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que determinou ainda à direção-geral da Polícia Federal a abertura de inquérito para apurar se empresários tiraram proveito do movimento dos caminhoneiros autônomos praticando locaute. "Nós já temos uma relação de duas dezenas de empresas, ou seja, de empresários, que já estão sendo chamados a depor", afirmou durante a coletiva.

Garantia da Lei e da Ordem

O Ministro-chefe da Casa Civil disse que o presidente Michel Temer assinou um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) até o dia 4 de junho, que permite o emprego das Forças Armadas nas ações para desbloquear as rodovias fechadas pela greve.

Caminhoneiros mantiveram mobilização com bloqueio de rodovias apesar de acordo com o governo
Tânia Rêgo/Agência Brasil - 25.5.18
Caminhoneiros mantiveram mobilização com bloqueio de rodovias apesar de acordo com o governo

Realizadas exclusivamente por ordem expressa da Presidência da República, as missões de GLO ocorrem nos casos em que há, segundo o Ministério da Defesa, "o esgotamento das forças tradicionais de segurança pública, em graves situações de perturbação da ordem".

A medida garante as Forças Armadas o direito de tomar e dirigir os caminhões de grevistas para conseguir desobstruir as vias fechadas. Caso os caminhoneiros sejam resistentes, eles podem ser presos e multados.

“O artigo 5, inciso 25 da Constituição Federal permite a requisição de bens, caso se faça necessário, em condições de pilotar veículo para que o desabastecimento seja contido e voltemos a ter distribuição regular”, diz o ministro da Segurança Pública , Raul Jungmann.

O ministro da Defesa , general Joaquim Silva e Luna, afirmou que o emprego das Forças Armadas será feito no contexto de Garantia da Lei e da Ordem.

“Serão garantidas essas necessidades críticas, particularmente na área de abastecimento de combustível, na área da saúde, produtiva, de alimentação”, disse o general.

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45% dos pontos interditados foram liberados

O ministro da Segurança Pública , Raul Jungmann, afirmou, ainda durante a coletiva, que 419 de um total de 938 pontos interditados em rodovias de todo o país tinham sido liberados até o final desta tarde.

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"As obstruções que continuam, são parciais, o que aponta para a adesão crescente dos senhores caminhoneiros ao acordo que foi fechado no Palácio do Planalto", apontou o ministro.

Um dos pontos liberados, segundo o ministro, é Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro. "A Reduc já normalizou praticamente quase na integralidade, o que vai limpando o horizonte".

Escoltas da PM em São Paulo

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho disse que a liminar obtida pela prefeitura de São Paulo para garantir o abastecimento de serviços essenciais na cidade, apesar da paralisação dos caminhoneiros, será cumprida pela Polícia Militar.

Secretário Mágino Alves diz que a PM vai atuar para garantir os atendimentos básicos
Divulgação/Governo de São Paulo - 17.5.2016
Secretário Mágino Alves diz que a PM vai atuar para garantir os atendimentos básicos

"A ideia é que os serviços essenciais da cidade e do estado sejam mantidos. A Polícia Militar irá atuar. Estamos providenciando a desobstrução das vias quando elas estão totalmente interditadas. O trabalho da PM vai ser no sentido de garantir a manutenção da ordem pública”, disse o secretário.

Questionado se a Polícia Militar também vai atuar para desobstruir vias que não estejam totalmente interditadas, o secretário disse que vai depender de cada uma das situações. “O ideal é que passemos agora a desobstruir totalmente as vias. Isso é a situação ideal. Só que a gente, com toda essa situação existente, já há quatro dias enfrentando essa situação, não tivemos ainda nenhuma situação de conflito", disse.

Na cidade de São Paulo, Logo depois de decretar estado de emergência, a Prefeitura informou que comprou 250 mil litros de diesel para garantir o funcionamento de serviços básicos, como a circulação da frota municipal. O tanque com o combustível saiu do centro de distribuição da Petrobras na zona sul da capital, sendo escoltada por viaturas da Polícia Militar.

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Tanque com diesel é escoltado pela PM em São Paulo nesta sexta-feira (25)
Reprodução/TV Globo
Tanque com diesel é escoltado pela PM em São Paulo nesta sexta-feira (25)

De acordo com o prefeito Bruno Covas (PSDB), os 250 mil litros de diesel são suficientes para o transporte público de São Paulo até a segunda-feira (28). Desse modo, embora tenha garantido a compra do combustível para serviços básicos, o uso será realizado de forma racionada.  

Em imagens aéreas realizadas pela TV Globo , é possível ver o tanque sendo escoltado pela PM nas vias de São Paulo. 

Exército escolta caminhão no Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, o Exército teve de fazer escolta a um caminhão-tanque para afastar manifestantes em frente da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), em Duque de Caxias. Segundo informações obtidas entre os próprios caminhoneiros, o caminhão-tanque estava levando combustível para suprir necessidades de serviços públicos essenciais. 

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Porém, a assessoria do Comando Militar do Leste (CML), não confirmou as informações. Durante a ação, manifestantes aplaudiram os militares presentes, em apoio à sua presença. A escolta do caminhão-tanque até a Reduc é a primeira ação neste sentido desde que o presidente anunciou a medida.  

O presidente Michel Temer anunciou na tarde de hoje que forças forças federais seriam usadas para desobstruir vias bloqueadas pelo movimento dos caminhoneiros. 

Força Tática escolta tanques de gás 

Além do diesel transportado em São Paulo e no Rio de Janeiro pelo Exército , a Polícia também interveio no transporte de gás em diversas cidades do País nesta sexta-feira. Segundo nota da empresa Copagaz, a Defesa Civil, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Civil realizaram escolta para que caminhões da distribuidora conseguissem atravessar rodovias fechadas pelo protesto dos caminhoneiros e entregar gás em pontos essenciais como hospitais, por exemplo.


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