Dono da fábrica de refrigerantes Dolly, Laerte Codonho, foi liberado da prisão após oito dias detido por fraude fiscal
Divulgação/Dolly
Dono da fábrica de refrigerantes Dolly, Laerte Codonho, foi liberado da prisão após oito dias detido por fraude fiscal

O empresário Larte Codonho , dono da fábrica de refrigerantes Dolly , foi liberado da prisão preventiva na noite desta sexta-feira (18) após oito dias encarcerado no 77º Distrito Policial, no bairo de Santa Cecília, região central da cidade de São Paulo. Ele foi acusado pelo Ministério Público (MP) de fraude fiscal por ter sonegado R$ 4 bilhões em impostos devidos ao IInstituto Nacional do Seguro Social(INSS).

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Segundo os investigadores, o dono da Dolly era responsável por um esquema que funcionava desde 1998. Ele teria demitido funcionários e os recontratado por outra companhia para executar as mesmas funções para economizar impostos devidos aos INSS.

Além disso, Codonho também seria dono de várias empresas em vários estados que emitiam notas fiscais frias entre si para economizar impostos. Essa tática teria feito a companhia economizar mais de R$ 1,4 bilhões apenas em ICMS, um imposto estadual. Dessa forma, os promotores do MP afirmaram que a Dolly é "uma das maiores devedoras de impostos do estado de São Paulo".

Versões e apreensões

Na ocasião da prisão, agentes da Polícia Militar (PM) foram até a casa de Codonho na Granja Viana, em Cotia, cidade da região metropolitana de São Paulo e conduziram o empresário até o 77º DP .

Eles também cumpriram mandado de busca e apreensão de três helicópteros, 13 automóveis de luxo, além de R$ 200 mil, cerca de 30 mil dólares, 4 mil libras e 4 mil euros em espécie. Segundo o subprocurador-geral de Justiça Mario Sarrubbo esses valores encontravam-se escondidos dentro dos imóveis em paredes falsas e fundos falsos, o que segundo ele "é uma evidência da sonegação sistemática de impostos."

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Oito carros de luxo de colecionador e três helicópteros, além de quantias em dinheiro vivo, foram apreendidos na casa do empresário dono da Dolly
Divulgação/Ministério Público de São Paulo
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Sarrubbo também confirmou a prisão preventiva precisou ser decretada porque "houve destruição de provas, documentos picados". O subprocurador-geral também explicou que "as fraudes foram praticadas por muitos e muitos anos, e se modificaram com o tempo por conta do próprio cerco que a Procurador Geral do Estado foi fazendo ao longo dos anos."

O empresário, por sua vez, chegou ao DP com uma mensagem dizendo que estava sendo "preso pela Coca-Cola". Ele se defendeu dizendo a prisão tratava-se de uma perseguição da concorrente e que a empresa que os promotores estariam investigando não pertencia a ele.

Na saída da prisão, porém, Codonho e o ex-gerente financeiro da Dolly, César Requena Mazzi, não deram entrevistas. Já o ex-contador da empresa, Rogério Raucci, que também foi preso na semana passada, continua detido.

Raucci, inclusive, já tem um histórico na Justiça. Ele foi citado pela Operação Clone, conduzida pelo GAECO, em maio do ano passado. Na ocasião, ele foi acusado de ser responsável pelo desvio de mais de R$ 100 milhões dos cofres da marca de refrigerantes.

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Já o dono da Dolly , apesar de poder responder ao processo em liberdade, terá que se apresentar todo mês à Justiça e não poderá falar com os demais investigados e nem deixar o país. Além disso, deverá permanecer em casa à noite em todos os finais de semana e feriados.

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