Condenado pelo crime de estupro de vulnerável, o padre Marcos Roberto Ferreira passará os próximos 33 anos, dois meses e seis dias na prisão, em regime fechado, em Santa Catarina. De acordo com a sua sentença, divulgada nesta quarta-feira (9), o sacerdote abusou de duas crianças, de 12 e 13 anos – um deles seu afilhado.
Os casos foram registrados em maio do ano passado, quando o sacerdote levou cinco crianças e adolescentes para um retiro na cidade de Joinville . Ele atuava em São Francisco do Sul – a 50 quilômetros de Joinville – e está preso preventivamente e afastado do ministério sacerdotal desde que as denúncias sobre estupro de vulnerável foram conhecidas, em junho do ano passado.
A investigação começou quando, no fim de maio de 2017, uma das vítimas relatou o abuso em uma mensagem encaminhada para seu pai. Na época, o print da conversa foi amplamente compartilhado pela imprensa e pelos internautas.
A vítima, de 13 anos e natural de São Francisco do Sul, participava de um retiro em Joinville quando se trancou no banheiro e pediu que os pais fossem buscá-lo com medo dos atos do padre.
Apesar da prova textual e das investigações contra o réu terem sido concluídas, a defesa do padre nega as acusações e diz que ele vai recorrer da decisão.
Diocese de Joinville
Em pronunciamento oficial no Facebook, a Diocese de Joinville declarou que, quando as primeiras denúncias do caso vieram à tona, o sacerdote foi afastado de suas funções “conforme prevê o Código de Direito Canônico e orienta o Papa Francisco”.
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O padre também recebeu sentença de dois anos e quatro meses de prisão em regime semiaberto por ter dado bebida alcoólica a crianças e adolescentes. O processo sobre o abuso corre em sigilo para preservar as vítimas do sacerdote.
A nota ainda esclarece que Ferreira foi transferido, em abril de 2017, da Paróquia Santa Paulina, em São Francisco do Sul, para a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Joinville, porém, esta decisão foi tomada por motivos administrativos antes mesmo das investigações começarem. Não haveria, então, nenhuma relação entre os casos de estupro de vulneráveis e a transferência do sacerdote.
Porém, das 15 testemunhas ouvidas durante o inquérito policial, apenas uma delas teria dito que não via maldade na relação do padre com as crianças – que, mesmo transferido, continuava levando crianças das cidades por onde passou para seus retiros religiosos. A pena por estupro de vulnerável é agravada devido à idade das vítimas.
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