Presidente Michel Temer precisou sair às pressas após tumulto com jornalistas e ter sido hostilizado por moradores
Reprodução/Globonews
Presidente Michel Temer precisou sair às pressas após tumulto com jornalistas e ter sido hostilizado por moradores

Em sua passagem rápida pelo local onde um prédio pegou fogo e desabou durante a madrugada desta terça-feira (1º), no Centro de São Paulo , o presidente da República, Michel Temer (MDB), foi hostilizado por moradores da região e teve que deixar o lugar às pressas.

Ao falar rapidamente com a imprensa, Temer foi xingado de "golpista" e algumas pessoas tentaram atirar objetos nele e em sua comitiva.

Durante um pronunciamento breve e tumultuado pela imprensa e população em geral, o presidente afirmou aos jornalistas que o prédio é da União - informação já divulgada pelo prefeito de São Paulo , Bruno Covas, - e colocou o governo federal à disposição do governo de São Paulo e da prefeitura da capital paulista para "o que seja possível”. Temer já estava na cidade, onde passa o feriado do Dia do Trabalho.

Em nota, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República afirmou que o presidente "determinou ao Ministro da Integração Nacional, Antonio de Pádua, o empreendimento de todos os esforços para minimizar os danos causados por conta do incêndio e desabamento de prédio na madrugada desta terça-feira em São Paulo".

Questionado, o presidente declarou que serão tomadas providências para dar assistência às vítimas e às famílias que ficaram desabrigadas. "A situação é dramática, tanto que aconteceu o que aconteceu. Mas nós vamos exatamente providenciar assistência àqueles que foram vítimas desse desastre. Eu não poderia deixar de vir aqui porque, afinal, eu estava em São Paulo e ficaria muito mal eu não comparecer para dar exatamente apoio àqueles que perderam suas casas.”

O prédio incendiado é do governo federal, era ocupado por famílias da Frente de Luta pela Moradia e havia servido como sede da Polícia Federal. Segundo Temer, não houve pedido de reintegração, porque as pessoas eram pobres e se encontravam em uma situação de vulnerabilidade.

Os bombeiros estão no local e monitoram a área para evitar a volta de novos focos de incêndio. Imóveis nas redondezas da área, chamada Largo do Paissandu, na região conhecida como centro velho de São Paulo. Segundo a corporação, havia na manhã de hoje um possível óbito e três desaparecidos.

Prefeitura sabia do risco

Mais cedo, o prefeito de São Paulo esteve no local e declarou que a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social está atendendo as famílias que ocupavam o prédio .

O secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Felipe Sabará, afirmou à Globonews que mais de 90, das 150 famílias que moravam no edifício, já haviam sido atendidas até às 9h de hoje, totalizando 248 pessoas auxiliadas pela prefeitura.

De acordo com Covas, o prédio pertencia à União, mas a prefeitura já havia tentado desestimular as ocupações irregulares, prevendo riscos. “A prefeitura fez o limite do que poderia fazer. Não podemos obrigar as pessoas a sair”, afirmou, em entrevista coletiva concedida pela manhã.

Covas ainda declarou que 150 famílias que viviam no prédio e entorno do local já estavam cadastradas junto à Secretaria de Habitação, sendo que 25% dessas famílias são estrangeiras.

O prefeito e a Secretaria da Assistência Social confirmaram que as pessoas que ocupavam o edifício serão encaminhada para abrigos e depois, poderão receber um auxílio aluguel, para se restabelecerem. No entanto, muitos moradores se recusam a ir para abrigos e não têm onde ficar.

De acordo com a prefeitura, 8 prédios do entorno do local têm ocupações. Bruno Covas afirmou que em toda a cidade de São Paulo há pelo menos uma centena de prédios invadidos.

Leia também: Prédio desaba enquanto morador estava sendo resgatado pelos bombeiros

*Com informações da Agência Brasil

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