Quando, em 16 de fevereiro deste ano, o mandatário Michel Temer ( MDB ) assinou o decreto que determinava a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro , o emedebista classificou a medida como uma “jogada de mestre”. As estatísticas, contudo, contrariam a frase de Temer .
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De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (26) pelo Centro de Estudo de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, o número de chacinas – assassinatos em massa – no estado dobrou no período pós-decreto, se comparado com os dois meses anteriores à intervenção. Foram 12 episódios, com 52 vítimas, nestes dois meses de intervenção , contra 6 chacinas, com 22 mortos, entre dezembro e fevereiro.
E não só: os tiroteios no estado aumentaram em 15%. Foram contabilizadas 1502 trocas de tiros após a intervenção; nos meses que a antecederam, foram 1299 os tiroteios notificados.
Os dados foram compilados no documento “À deriva: sem programa, sem resultado, sem rumo”. Em síntese, os especialistas envolvidos no projeto, uma espécie de observatório não oficial da intervenção, criticaram a medida e não veem com otimismo sua chance de progredir na luta contra as milícias e o crime organizado.
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Foram registradas, também, 294 mortes por balas desde fevereiro, com 193 feridos. Dados das policiais civil e militar, bem como outras fontes não oficiais, foram utilizadas na pesquisa.
Por meio de nota, o Gabinete de Intervenção Federal se manifestou sobre a pesquisa. O Gabinete afirmou estar “dedicado aos objetivos estabelecidos de diminuir progressivamente os índices de criminalidade e fortalecer as instituições da área de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro . Medidas emergenciais e estruturantes estão sendo tomadas e serão observadas ao longo do período previsto de Intervenção Federal”.
O decreto assinado por Michel Temer perde a validade em 31 de dezembro deste ano. Até lá, o Congresso Nacional fica impedido de votar emendas constitucionais.
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