Os cinco jovens assassinados no domingo (25) em um condomínio em Maricá , na região metropolitana do Rio de Janeiro, não eram envolvidos com o crime organizado e provavelmente foram mortos por milicianos. Foi o que disse a delegada Bárbara Lomba, da delegacia de homicídios de Niterói, ao jornal Folha de S.Paulo .
Leia também: Cinco adolescentes são encontrados mortos com marcas de tiros em Maricá, no RJ
Na avaliação dos investigadores , um grupo miliciano que cobra “taxas de segurança” dos moradores da região é o principal suspeito da morte dos garotos. Eles faziam parte de um grupo de rap, e é possível que alguma das letras produzidas pelos jovens tenha desagradado a milícia, que revidou assassinando-os.
Sávio de Oliveira, 19, Mateus Bittencourt, 18, e três menores de idade, Patrick da Silva, Matheus Barauna e Marcus Jonathas, estavam na área de recreação de um condomínio do programa Minha Casa Minha Vida quando homens em um carro os abordaram. Para a polícia, eles ordenaram que os garotos se deitassem no chão, atirando na cabeça de cada um.
A área de convivência do condomínio fica próxima a um ponto de venda de drogas na região, outro dos motivos que podem ter levado os milicianos a atacar os jovens.
“As primeiras informações dão conta de uma execução. Os jovens não tinham qualquer anotação criminal, antecedentes ou envolvimento com o crime", disse a delegada.
Rio sob intervenção
O assassinato dos cinco jovens em Maricá soma-se a outros ocorridos nas últimas semanas no estado do Rio de Janeiro, que passa por intervenção federal na área de segurança pública.
Leia também: Segundo tiroteio da semana na Rocinha deixa ao menos oito pessoas mortas
Em mais um fim de semana violento, um tiroteio na Rocinha deixou oito mortos no sábado (24). Entre os mortos estavam: Matheus da Silva Duarte de Oliveira, 18 anos; Osmar Venâncio do Nascimento, 45 anos; Bruno Ferreira Barbosa, 24 anos; Júlio Morais de Lima, 22 anos; Hércules de Souza Marques, 26 anos; Magno Marinho de Rezende, 28 anos; e Wanderson Teodoro de Souza, 21 anos.
Nas redes sociais, nas páginas como Favela da Rocinha e Rocinha Alerta, moradores afirmam que as vítimas se renderam, mas, ainda assim, foram executadas pelos policiais. Segundo nota da Polícia Civil, seis pessoas chegaram a ser levadas para o Hospital Miguel Couto, mas não resistiram. No ínicio da tarde outros dois corpos foram transportados por moradores até a passarela que liga a favela à Vila Olímpica, onde ficaram até a chegada dos peritos. Nenhum policial foi ferido durante a operação.
Também informam que mais dois criminosos atingidos por balas conseguiram fugir a pé pela mata, escapando do cerco. A PM não comentou as denúncias.
Leia também: 60% dos cariocas receberam fake news sobre Marielle, mas maioria não acreditou