Forças Armadas não têm conseguido reverter índices criminais no Rio de Janeiro
Tânia Rêgo/Agência Brasil - 7.3.18
Forças Armadas não têm conseguido reverter índices criminais no Rio de Janeiro

Os cinco jovens assassinados no domingo (25) em um condomínio em Maricá , na região metropolitana do Rio de Janeiro, não eram envolvidos com o crime organizado e provavelmente foram mortos por milicianos. Foi o que disse a delegada Bárbara Lomba, da delegacia de homicídios de Niterói, ao jornal Folha de S.Paulo .

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Na avaliação dos investigadores , um grupo miliciano que cobra “taxas de segurança” dos moradores da região é o principal suspeito da morte dos garotos. Eles faziam parte de um grupo de rap, e é possível que alguma das letras produzidas pelos jovens tenha desagradado a milícia, que revidou assassinando-os.

Sávio de Oliveira, 19, Mateus Bittencourt, 18, e três menores de idade, Patrick da Silva, Matheus Barauna e Marcus Jonathas, estavam na área de recreação de um condomínio do programa Minha Casa Minha Vida quando homens em um carro os abordaram. Para a polícia, eles ordenaram que os garotos se deitassem no chão, atirando na cabeça de cada um.

A área de convivência do condomínio fica próxima a um ponto de venda de drogas na região, outro dos motivos que podem ter levado os milicianos a atacar os jovens.

“As primeiras informações dão conta de uma execução. Os jovens não tinham qualquer anotação criminal, antecedentes ou envolvimento com o crime", disse a delegada.

Rio sob intervenção

O assassinato dos cinco jovens em Maricá soma-se a outros ocorridos nas últimas semanas no estado do Rio de Janeiro, que passa por intervenção federal na área de segurança pública.

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Em mais um fim de semana violento, um tiroteio na Rocinha deixou oito mortos no sábado (24). Entre os mortos estavam: Matheus da Silva Duarte de Oliveira, 18 anos; Osmar Venâncio do Nascimento, 45 anos; Bruno Ferreira Barbosa, 24 anos; Júlio Morais de Lima, 22 anos; Hércules de Souza Marques, 26 anos; Magno Marinho de Rezende, 28 anos; e Wanderson Teodoro de Souza, 21 anos.

Nas redes sociais, nas páginas como Favela da Rocinha e Rocinha Alerta, moradores afirmam que as vítimas se renderam, mas, ainda assim, foram executadas pelos policiais. Segundo nota da Polícia Civil, seis pessoas chegaram a ser levadas para o Hospital Miguel Couto, mas não resistiram.  No ínicio da tarde outros dois corpos foram transportados por moradores até a passarela que liga a favela à Vila Olímpica, onde ficaram até a chegada dos peritos. Nenhum policial foi ferido durante a operação. 

Também informam que mais dois criminosos atingidos por balas conseguiram fugir a pé pela mata, escapando do cerco. A PM não comentou as denúncias.

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