O governo federal publicou na edição desta segunda-feira (12) do Diário Oficial da União (DOU) medida provisória que libera R$ 190 milhões para a assistência emergencial a imigrantes venezuelanos que entraram no País pela fronteira com Roraima.
Este é o primeiro aporte de verbas federais para o estado desde que o presidente Michel Temer garantiu, no mês passado, que "não faltariam recursos" para lidar com a situação dos imigrantes em Roraima .
A chegada de venezuelanos a Roraima se intensificou nos últimos dois anos como resultado da crise no governo chavista de Nicolás Maduro no país vizinho. De acordo com os cálculos da Prefeitura de Boa Vista, a capital já abriga mais de 40 mil cidadãos venezuelanos, número que representa cerca de 10% da população local, que totaliza cerca de 330 mil habitantes.
Os imigrantes que chegam ao estado têm se acumulado em abrigos na capital e encontrado dificuldades para conseguir trabalho e condições mínimas de sobrevivência, conforme denunciou a procuradora do Trabalho Priscila Moreto, da 11ª Região de Roraima, em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado.
Promessa de Temer
Temer esteve em Boa Vista durante o Carnaval para discutir a crise decorrente da entrada dos imigrantes. Na ocasião, o presidente se disse "preocupado" e garantiu que "não vai descansar" até solucionar a questão – que, em seu entendimento, "aflige" não só aos roraimenses, mas a todo o Brasil.
"Quero registrar em letras garrafais que não descansarei enquanto não resolver os problemas de Roraima. Estou preocupado, naturalmente, com esse afluxo intenso de venezuelanos, que cria problemas para o estado de Roraima, mas certa e seguramente vai criar problemas para outros estados se nós não tomarmos algumas medidas de natureza federal", destacou.
O presidente também lametou a situação da Venezuela e anunciou que seu governo pretende conduzir os imigrantes que chegam a Roraima a outros estados do País para "diversificar a entrada" de venezuelanos. "Eles saem de seu país porque não há condições de vida no estado venezuelano e vem para cá em situações de miserabilidade absoluta. Vamos deixá-los passar fome? Vamos impedir que eles tenham acesso à saúde? Tudo isso demanda recursos e uma coordenação entre a União, o estado e municípios. Não faltarão recursos", disse.
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