De acordo com os cálculos da Prefeitura de Boa Vista, capital de Roraima, a cidade já abriga mais de 40 mil venezuelanos
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De acordo com os cálculos da Prefeitura de Boa Vista, capital de Roraima, a cidade já abriga mais de 40 mil venezuelanos

Como resultado da crise no governo chavista de Nicolás Maduro, no país vizinho, mais de 40 mil cidadãos venezuelanos vieram para o Brasil, em busca de condições de vida melhores. Porém, ao invés disso, o que eles têm encontrado no nosso País é uma sequência de violações de direitos humanos. 

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Trabalho análogo ao de escravo, discriminação salarial em função da origem, mendicância de crianças em semáforos, relatos de abuso sexual de mulheres contratadas para trabalhar como domésticas e prostituição são apenas alguns dos problemas pelos quais os venezuelanos estão passando em Roraima.

De acordo com os cálculos da Prefeitura de Boa Vista, a cidade já abriga mais de 40 mil imigrantes do país, número que representa cerca de 10% da população local, que totaliza cerca de 330 mil habitantes.

A denúncia sobre as violações dos direitos humanos foram feitas nesta terça-feira (27), pela procuradora do Trabalho da 11ª Região no Estado de Roraima, Priscila Moreto, em uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado.

Priscila defendeu em seu pronunciamento a busca por soluções para a crise migratória no estado, destacando que a saída não pode ser o bloqueio à entrada dos cidadãos no País, já que isso contraria a nossa Constituição. 

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“É impossível o fechamento da fronteira. É constatado que o ingresso desses migrantes não traz só prejuízos, mas méritos à economia local, com o acréscimo de mão de obra. Mais de 70% dos migrantes vivem em casas alugadas, essas pessoas consomem alimentos e pagam seus aluguéis”, ponderou.

Interiorização

Uma das soluções encontradas pelo governo é a interiorização dos migrantes, ou seja, o processo de transferência dessas pessoas para outros estados do Brasil. Sobre essa alternativa, a procuradora afirmou que a medida precisa ser planejada, porque as pessoas não podem ser levadas a outros locais de “qualquer forma”.

Durante o debate na comissão, o oficial de meios de vida do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) no Brasil, Paulo Sérgio Almeida, defendeu a interiorização dos venezuelanos como uma estratégia de atendimento a essas pessoas.

Ele destacou que hoje 600 pessoas estão na Praça Simon Bolívar, em Boa Vista, sem abrigo. Entre elas, mais de 70 são crianças.

Nesta segunda-feira (26), o Acnur comunicou à prefeitura de Boa Vista que possui uma lista com 571 nomes de migrantes interessados em deixar Roraima e tentar uma nova vida em outro estado do Brasil.

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Uma das principais preocupações do Acnur em relação aos venezuelanos, segundo Almeida, é a situação dos grupos mais vulneráveis, como indígenas, pessoas com problemas de saúde, crianças e vítimas de violência de gênero e sexual.

* Com informações da Agência Brasil.

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