Em reunião nesta quarta-feira (17), o Sindicato dos Metroviários de São Paulo 'bateu o martelo' e confirmou a greve geral de 24 horas, que ocorre nesta quinta-feira (18). A paralisação é um ato de protesto contra a privatização das linhas Linhas 5–Lilás e 17–Ouro , marcada para acontecer na próxima sexta-feira (19).
O Metrô de São Paulo informou que, apesar da greve geral , pelo menos cinco linhas estão funcionando de maneira total ou parcial na manhã desta quinta-feira (18). De acordo com a companhia, estão operando neste momento:
- Linha 1-Azul:
Trecho entre Saúde e Luz;
- Linha 2-Verde:
Trecho entre Ana Rosa e Vila Madalena;
- Linha 3-Vermelha:
Trecho entre Bresser-Mooca e Marechal Deodoro;
- Linha 5-Lilás:
Trecho entre Capão Redondo e Adofo Pinheiro;
- Linha 15-Prata:
Permanece paralisada.
- Linha 4-Amarela e CPTM: em operação normal.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, o coordenador-geral do sindicato, Wagner Fajardo, esclareceu os motivos que levaram a categoria a aprovar a manifestação. Assista:
Ainda nesta quarta, o Metrô também apresentou uma nota oficial afirmando que 'lamenta a decisão tomada pelo sindicato, que irá prejudicar o transporte de mais de 4 milhões de usuários'. A empresa ainda informou que, por conta da greve , iria acionar o plano de contingência para garantir o serviço essencial de transporte metroviário para a população de São Paulo.
"Serão adotadas todas as medidas necessárias para garantir a oferta do transporte metroviário para a população e assegurar o acesso dos empregados aos seus postos de trabalho", afirmou a companhia.
Transtornos e rodízio
E, pelo menos, parte disso foi cumprido. Embora a população se preparasse para um dia de caos total devido à paralisação, de acordo com a assessoria de imprensa do Metrô, às 6h15 as linhas 1- Azul, 2-Verde e 3-Vermelha passaram a operar parcialmente, o que ajudou a amenizar os transtornos.
Quem optou pelo ônibus ou por ir de carro ao trabalho teve o benefício de poder utilizar veículos de qualquer placa, pois o rodízio foi suspenso. No entanto, teve de encarar um trânsito intenso. A Zona Azul também foi liberada nesta quinta.
A capital paulista registrava 32 km de lentidão, por volta das 7h15. O trânsito está dentro da média para o horário, de acordo com a Companhia de Engenheria de Tráfego (CET).
Privatização
"O Governo do Estado de São Paulo vai conceder apenas a operação comercial das linhas 5 e 17. O ativo não faz parte desse processo, como erroneamente afirma o Sindicato dos Metroviários. Não se trata de privatização", diz a nota do Metrô.
A empresa ainda declara que a "ausência e/ou abandono do posto de trabalho nesta quinta-feira (18) implicará em desconto das horas e do Descanso Semanal Remunerado".
Antes de ter optado pelo protesto, o governo do estado já havia se antecipado e avisado que estava procurando meios de amenizar os transtornos aos trabalhadores que utilizam o transporte público.
Na terça-feira (16), os metroviários distribuíram 70 mil folhetos em sete estações de metrô para avisar a população sobre a paralisação e criticar a concessão.
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Liminar e multa de R$ 100 mil
Na tarde da última segunda-feira (15), o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP) deferiu uma liminar que determina a manutenção do efetivo de 80% do serviço nos horários de pico – ou seja, das 6h às 9h e das 16h às 19h.
Para os demais horários, a liminar garante um efetivo de 60%, sob pena de aplicação de multa de R$ 100 mil.
Antes de ter sido confirmada a greve geral, o secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Clodoaldo Pelissioni, afirmou, em entrevista à rádio Eldorado que a multa será duramente aplicada ao sindicato. “Esperamos ainda que a maior parte dos funcionários venha trabalhar. Quem não vier perderá o dia e também o descanso remunerado. Poderá ainda ser prejudicado em eventual promoção”, salientou Pelissioni.
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* Mais informações em instantes.