Assim como 2017, o ano de 2018 começou com uma rebelião que causou mortes em uma penitenciária . No caso, a Superintendência Executiva de Administração Penitenciária (Seap) confirmou, por meio de nota divulgada na noite desta segunda-feira (1º), que nove presos morreram e 14 ficaram feridos, durante na Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, município de Goiás .
Leia também: Facções promovem carnificina com 56 mortos no maior presídio do Amazonas
De acordo com a Seap, a rebelião teve início quando detentos que estavam na ala C, invadiram as alas A, B e D. No confronto, os presos chegaram a incendiar a unidade prisional e foi precisa a ação do Corpo de Bombeiros para apagar o incêndio.
Mais tarde, por volta das 16 horas, o presídio foi retomado pelo Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (Gope), com apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar.
O Grupo de Radiopatrulha Aérea (GRAer) da Polícia Militar também deu apoio no local, desde o início da rebelião , na contenção de fugas e na recaptura de foragidos.
A Seap informou ainda que 106 detentos fugiram no momento da rebelião, sendo que 29 foram recapturados. Além disso, outros 127 presidiários deixaram o presídio durante a confusão, mas retornaram voluntariamente após o fim da rebelião.
Leia também: Temer chama massacre em Manaus de "acidente pavoroso" e anuncia novos presídios
Nesta terça-feira (2), às 10 horas, o superintendente executivo de Administração Penitenciária, tenente-coronel Newton Castilho, dará uma entrevista coletiva à imprensa na Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária, no setor Aeroviário, em Goiânia. O encontro servirá para esclarecer os detalhes da rebelião.
Crise carcerária
O início do ano passado foi marcado por uma série de rebeliões e fuga de detentos. Diversos presídios sofreram com a superlotação e as facções criminosas começaram uma guerra já no primeiro dia de 2017, com uma chacina na prisão de Manaus , onde morreram ao menos 56 pessoas.
Além do Amazonas, os estados de Roraima e Rio Grande do Norte viveram momentos de crise e tensão, com rebeliões seguidas e a morte de dezenas de detentos em cada uma delas. Os estados de Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro também registram movimentos de revolta dos presidiários.
Entre as causas das rebeliões e da guerra iniciada entre as facções, está a superlotação dos presídios. Em reportagem especial, o iG mostrou que o governo federal investiu apenas 22,8% do Fundo Penitenciário nos últimos oito anos, o que pode ilustrar a omissão das autoridades diante da situação tensa dos presos e, sobretudo, dos funcionários penitenciários – que, inclusive, entraram em greve em diversas cidades do País.
Leia também: Dividir e desprivatizar: juiz dos EUA analisa crise carcerária no Brasil
* Com informações da Agência Brasil.