Uma operação da Polícia Federal na última terça-feira (10) determinou a prisão de um homem mineiro por suposto envolvimento com o Estado Islâmico. Além da detenção feita na cidade de Monjolos, região central de Minas Gerais, também foi realizada a apreensão de armas, drogas e equipamentos de informática e telefonia.
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O sargento da Polícia Militar Dário Veiga, que teve acesso ao mandado de busca do rapaz, afirmou, em entrevista ao "O Tempo", que a operação foi realizada em duas residências da família do jovem simpatizante do Estado Islâmico . “Eles chegaram rapidamente, levaram o menino, os equipamentos e foram embora. Todos da cidade ficaram assustados e sem entender o que estava acontecendo”, disse.
Veiga também conseguiu entrar em contato com o pai do suspeito. Segundo ele, seu filho não escondia o envolvimento com a organização, mas as pessoas acreditavam que tudo não passava de invenção. “Segundo o pai, a família sabia das conversas sobre o grupo terrorista , mas ninguém o levava a sério. O jovem era considerado uma pessoa maluca na cidade, porém, agora o assunto vai ser tratado com mais seriedade porque viram que tudo é verdade”, afirmou.
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De acordo com um funcionário da prefeitura de Monjolos, que pediu para não ter a identidade revelada, o homem era conhecido na cidade por sua inteligência. “Diziam que ele é fluente em árabe e inglês. Alguns até o consideram uma pessoa superdotada, comunicativa. Muito esperta mesmo”, ressaltou.
Ao sargento Veiga, o pai do jovem preso contou que o filho afirmava estar se preparando para entrar no grupo terrorista havia cinco anos e que já planejava viagens para a concretização de atentados extremistas. “Ele falou para o pai que já estava devidamente treinado e faria em breve uma viagem à Síria, onde ele participaria sua primeira missão pela organização terrorista”, explicou o policial.
Nas redes sociais, o homem deixava rastros que foram relacionados à suposta ligação com a organização. Em seu perfil no Facebook, por exemplo, é possível encontrar uma grande quantidade de amigos com nomes árabes e conversas entre eles.
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Por meio de sua assessoria de imprensa, a Polícia Federal afirmou que não divulgará detalhes do caso, pois o processo tramita em segredo de justiça. Baseado nas informações que circulam na cidade, Veiga acredita que o acusado de envolvimento com o Estado Islâmico foi encaminhado para um presídio em Brasília, pois não existem informações sobre sua entrada em unidades controladas pela Secretaria de Estado de Administração Prisional de Minas Gerais (Seap).