O porta-voz da Polícia Militar do Rio de Janeiro, major Ivan Blaz, afirmou nesta segunda-feira (18) que a invasão à Favela da Rocinha por um grupo de 60 homens armados, ocorrida no fim de semana, foi ordenada pelo traficante Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, que está preso em um presídio federal.
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De acordo com o porta-voz, a ação na Rocinha tinha como objetivo a retomada de pontos do tráfico que eram controlados por Nem e estão sob o comando do traficante Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157.
Ao ser questionado se a polícia tinha informações prévias sobre a invasão, Blaz disse que diariamente a corporação lida com cinco possibilidades de ações desse tipo na mais de 1,2 mil comunidades do Rio de Janeiro, por causa da disputa pelo controle de pontos de venda de droga e da atuação de milicianos. “Essa tentativa de invasão já era sabida pelas forças de segurança do Estado, mas não se tinha a confirmação de quando essa ação ocorreria.”
O major afirmou ainda que alguns dos envolvidos na ação criminosa já haviam sido presos pela polícia, mas foram soltos. “Alguns criminosos que são presos pela PM em ações nas ruas são soltos pela Justiça em audiências de custódia, alguns dias depois de serem presos. Outros são soltos por progressão de regime e quando estão na rua querem retomar os pontos de venda de entorpecentes que um dia pertenceram a eles”.
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Blaz também criticou a falta de controle na entrada de armas no país e disse que a Receita Federal e a Polícia Federal têm de reforçar a apreensão de armas de guerra que estão chegando às mãos de criminosos. “O que não se pode é ter criminosos de um dia para outro investindo contra rivais com armas novas que não foram produzidas no Brasil”, avaliou.
Buscas
O oficial assegurou que o objetivo da PM do Rio de Janeiro na comunidade agora é estabilizar o terreno para que as escolas e postos de saúde voltem a funcionar. Cerca de 300 homens da tropa de elite da corporação ocupam a comunidade, além do Morro do Vidigal, que fica ao lado.
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“As tropas da PM tem de fazer também uma varredura na parte alta da comunidade, que fica numa área de Mata Atlântica para onde os criminosos fogem e se escondem. A ocupação é por tempo indeterminado até que a situação volte a normalidade com a prisão dos envolvidos”, informou o porta-voz sobre a situação na Rocinha.
* Com informações da Agência Brasil