Neste domingo (26), o Movimento Vem Pra Rua convocou os brasileiros de 130 cidades a saírem de casa para atos em apoio a Operação Lava Jato da Polícia Federal e contra o fim do foro privilegiado e da impunidade.

Leia também: Reformas trabalhista e da Previdência ocupam comissões da Câmara nesta semana

As manifestações, que aconteceram em algumas capitais, também pediam a renovação política e reuniram centenas de pessoas em todo o território nacional. Vestidas com as cores do Brasil, os manifestantes cantavam o hino nacional, levavam cartazes defendendo o juiz Sérgio Moro e pediam o fim da corrupção.

Grupos que apoiaram impeachment voltam às ruas pedindo o fim do foro privilegiado, não à lista fechada e apoio à Lava Jato
Fernando Frazão/ABr
Grupos que apoiaram impeachment voltam às ruas pedindo o fim do foro privilegiado, não à lista fechada e apoio à Lava Jato

Confira a repercussão nos principais estados brasileiros:

Rio de Janeiro

Logo pela manhã, a orla de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, foi ocupada. De acordo com a advogada Adriana Balthazar, porta-voz do movimento no Rio, o voto em lista fechada, o aumento do fundo partidário “são as coisas que impediriam a renovação [política]. O foro privilegiado manteria essa turma que está aí [no Congresso Nacional]”, se posicionando contra a prática. Segundo Adriana, o ato Chega de Impunidade repudia todas as manobras que os políticos corruptos fazem para se perpetuarem no poder ou para não serem presos.

Já a roteirista Márcia Abreu disse apoiar “incondicionalmente” a Operação Lava Jato e o juiz Sérgio Moro. “Vim principalmente por isso, contra o voto em lista. Isso é um desaforo. É preciso renovar o Congresso", disse.

Jorge Pontes, delegado da Polícia Federal, também compareceu ao evento e classificou o foro privilegiado como “abrigo de ladrões”. Ele disse que os políticos hoje têm o poder de acabar com o foro privilegiado e que em 2018 quem acabará são os próprios políticos. “O foro privilegiado deles caduca em 2018. Não elejamos ninguém dessa legislatura”, lembrou.

Brasília

A Esplanada dos Ministérios recebeu 630 pessoas, nas contas da Polícia Militar (PM), para protestar contra a corrupção. Além da reivindicação contra a lista fechada, e apoio à Lava Janto, a manifestação, que começou às 10h, terminou ao meio-dia, com um enterro simbólico do que chamaram de “velha política”.

 No alto de um carro de som, a coordenadora do movimento Vem Pra Rua, Juliana Dias, discursou contra o modelo eleitoral proposto no Congresso, que considera “a coisa mais antidemocrática que existe”. “Lista fechada é contra a democracia. É votar no partido e não mais nas pessoas e eles [os partidos] põem lá dentro quem eles quiserem. Essa é a principal pauta do dia”, explicou.

 No modelo, defendido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, dentre outros parlamentares, os partidos definem previamente os nomes que estarão na disputa e o eleitor vota no partido e não mais no candidato.

Em Brasília, manifestantes fizeram enterro simbólico da
Fernando Frazão/ABr
Em Brasília, manifestantes fizeram enterro simbólico da "velha-política", com lápides de políticos

Lápides foram levadas para a frente do espelho d'água do Congresso Nacional, ao som de uma marcha fúnebre. Em cada uma das lápides, a foto de um político. Fernando Collor, Aécio Neves, Gleisi Hoffmann, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Edison Lobão, Jorge Viana e Romero Jucá foram lembrados, além do deputado Rodrigo Maia, Dilma Rousseff e Lula. Ao final, os manifestantes cantaram o hino nacional e se dispersaram.

Leia também: Em alegação final, Dilma ataca Aécio e pede julgamento conjunto com Temer no TSE

São Paulo

 Em São Paulo as manifestações foram convocadas pelos movimentos Movimento Brasil Livre (MBL), Vem Pra Rua, Nas Ruas, Movimento Liberal Acorda Brasil. A manifestação marcada pelas redes sociais teve início às 14h, na Paulista. Entretanto, os manifestantes começaram a se concentrar no Masp logo pela manhã.

Os presentes, em sua maioria, usavam camisas da seleção brasileira de futebol e empunhavam cartazes em favor da Operação Lava Jato, que investiga um dos maiores esquemas de corrupção no Brasil.

Os manifestantes estão nas ruas ainda para pedir o fim do foro privilegiado aos políticos e contrários a proposta de lista fechada nas eleições, que faria o eleitor votar na legenda de um partido e não em um político em específico.

A Polícia Militar não informou o número de manifestantes que estão na Paulista, afirmou apenas que o protesto seguia tranquilamente, sem incidentes e de forma pacífica. 

Belo Horizonte

Na capital mineira, a manifestação ocorreu na Praça da Liberdade. A mobilização foi realizada pelos grupos Vem Pra Rua, Movimento Brasil Livre (MBL) e Patriotas, que lideraram os atos a favor do impeachment de Dilma Rousseff no ano passado.

Os manifestantes contaram com um palco e dois carros de som para fazer seus discursos. Os organizadores calcularam em 4 mil participantes. A Polícia Militar não fez estimativa de público. 

 Segundo Silas Valadão, líder dos Patriotas, o fim do foro privilegiado seria uma forma de impedir seletividade dos processos no Supremo Tribunal Federal (STF), retirando prerrogativa dos deputados, senadores, ministros e presidente da República de serem julgados unicamente pela Corte. 

Recife

No Recife, os manifestantes se concentraram na Avenida Boa Viagem, na zona sul da cidade, por volta das 10h. Além das roupas características em todos os atos pelo país, os manifestantes levavam faixas em apoio à Operação Lava Jato e ao juiz Sérgio Moro, que conduz as investigações na Justiça Federal. Organizada pelo Movimento Vem Pra Rua, a manifestação seguiu pela orla até o 2° Jardim, onde se dispersou por volta das 12h30. Os organizadores e a polícia não divulgaram número de participantes.

*Com informações da Agência Brasil

Leia também: Ministra do STJ autoriza mulher de Cabral a cumprir prisão em casa

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!