Coronel Nivaldo Restivo atualmente é o comandante da Tropa de Choque da PM
Divulgação/PMSP
Coronel Nivaldo Restivo atualmente é o comandante da Tropa de Choque da PM

A partir desta sexta-feira (17), a Polícia Militar do Estado de São Paulo tem o seu novo homem forte. Com um currículo sólido e extensa experiência em atividades operacionais na PM, o Coronel Nivaldo Restivo assume o Comando Geral do Polícia Militar no lugar do Coronel PM Ricardo Gambaroni, que estava à frente da tropa desde janeiro de 2015. A troca foi anunciada pelo governador Geraldo Alckmin no último mês.

Leia também: Comandos e Operações Especiais: conheça a tropa de elite da PMSP

Antes de assumir seu atual posto de comando dos Batalhões de Choque, o Coronel Nivaldo Restivo foi Comandante da ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), do COE (Comandos e Operações Especiais), do GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais), do Policiamento de Área da Zona Sul de São Paulo e do Policiamento de Trânsito.

"O Coronel é um homem que dedicou a vida inteira à Polícia Militar, um estrategista com grande experiência e trabalho na área operacional da PM. Tenho certeza de que, com uma boa equipe, dará continuidade ao trabalho do coronel Gambaroni e trará inovações para a segurança de São Paulo”, disse Geraldo Alckmin.

Leia também: Se o problema é sério chame a Polícia Militar. Se é impossível chame o GATE

Veja as fotos da cerimônia de posse do Coronel Ninaldo Restivo:

Veja o momento da passagem do Comando da PM:


Leia a entrevista exclusiva com o Coronel Restivo:

No final de 2016, o iG teve oportunidade de conhecer e entrevistar o Coronel Restivo, quando ele enviou seus Policiais do Choque para proteger a integridade patrimonial e física dos funcionários do jornal Folha de São Paulo, ameaçados por manifestantes pró-Dilma.

Na conversa, você terá a oportunidade de saber quem é e o que pensa o novo homem forte da PM paulista sobre temas como: imprensa, democrácia, a relação da polícia com a sociedade, o papel da mulher na polícia, a distinção entre traficantes e usuários de drogas, prisão perpétua, salários da polícia e muito mais.

Leia também: ROTA: Algumas instituições ainda funcionam no Brasil

Coronel, te chamo de você ou de senhor?
Você.

Você já foi assaltado?
Não.

Se fosse, reagiria?
Como qualquer Policial Militar, sou treinado para avaliar e lidar com esse tipo de situação. Se for surpreendido por um bandido, e julgar que possuo condições de neutralizar esta ameaça, não hesitarei. Escolhi essa profissão por amor, e a sociedade me paga para desempenhá-la de forma correta e legalista. É isso que eu e meus comandados sabemos fazer. E fazemos muito bem feito.

Sob seu comando direto estão várias unidades de elite como a ROTA, o COE e o GATE. Me parece o trabalho fácil e tranquilo, com muitas horas de sono, pouca responsabilidade, horário fixo e muita rotina.

(gargalhada) Você acertou em um item: o trabalho é fácil em função da qualidade, capacitação e dedicação dos meus comandados, eles facilitam muito minha vida.

No mundo todo, imprensa e polícia não possuem uma relação exatamente amorosa, e no Brasil isso não é exceção. Como foi receber o pedido de socorro do jornal “Folha de São Paulo”, que estava prestes a ser invadido no final de agosto?
Nosso setor de inteligência fez um alerta que manifestantes iriam invadir a sede da “Folha”. Coloquei imediatamente nosso trabalho preventivo em ação, e ordenei que um contingente do Choque se posicionasse na entrada do jornal, para impedir a ocorrência de danos ao patrimônio da empresa e possíveis ofensas à integridade física dos seus funcionários. A PM paulista fez isso baseada na técnica do seu treinamento e dentro dos estritos limites da lei.

Leia também: 48 anos, avó e policial: um dia na rotina da mulher do Batalhão de Choque

Coronel, fala a verdade, deve ter dado um gostinho especial ver a foto da sua Tropa de Choque defendendo um dos pilares da democracia: a liberdade de imprensa.
Sim, a fotografia do Choque protegendo a imprensa é emblemática sob vários aspectos, mas destaco um. Muitas vezes a PM é retratada pela mídia como uma instituição totalitária, violenta, mal treinada e mal equipada, mas na hora do aperto, foi essa mesma PM que foi chamada para impedir a ação de manifestantes, que estavam prestes a quebrar a ordem pública para exprimir suas opiniões. Ressalto que eles possuem todo direito de considerar a “Folha” um jornal golpista, anti-democrático e a serviço das elites conservadoras, e que tanto a imprensa como os manifestantes, sempre vão contar com o apoio e proteção da Polícia Militar do Estado de São Paulo, desde que estejam dentro da legalidade. Caso contrário, somos obrigados e iremos aplicar a lei vigente.

Leia também: Equoterapia: Conheça essa incrível iniciativa feita pela Polícia Militar de SP

O que motivou a violência destes manifestantes contra a “Folha de São Paulo”?
Não é atribuição da PM saber a motivação de potenciais infratores, mas após os fatos, soubemos informalmente que estes manifestantes pró-Dilma, estavam descontentes com o posicionamento do jornal sobre a cassação da ex-presidente.

Deixa eu entender bem. Para defender uma presidente eleita democraticamente, por dois mantados consecutivos, e que foi cassada seguindo-se todos ritos democráticos descritos na Constituição, os manifestantes decidiram atacar a democracia?
(longo silêncio) Minha opinião pessoal é que houve uma sobreposição de interesses pessoais contra o coletivo. Quem votou pela cassação da ex-presidente foi a maioria dos representantes legalmente eleitos pelo povo: Deputados Federais e Senadores. Quem supervisionou e conduziu este processo, foram as maiores autoridades judiciais deste pais: ministros do Superior Tribunal Federal, muitos dos quais indicados pelo partido da ex-presidente. Mesmo assim, parte da sociedade considerou ser esse processo um golpe ilegal, e transferiu uma fatia desta “culpa” para a imprensa. A mesma imprensa que nas últimas décadas reportou as conquistas e ascensão das forças políticas de esquerda, agora se transformou em alvo dessas mesmas forças, por se posicionar de forma diferente da que elas consideram correta. Os manifestantes em questão entenderam que a imprensa livre perdeu sua utilidade, se transformou num adversário e deveria ser atacada fisicamente, como o que quase aconteceu com a sede da “Folha de São Paulo”.

Clique aqui e leia a entrevista completa com o novo homem forte, Coronel Nivaldo Restivo.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!